05 julho 2010

Maria Na Sagrada Escritura (Pelo Espírito Emmanuel – 1940)
























A fonte para o conhecimento da Virgem Maria é o Novo Testamento (Evangelhos, Atos dos Apóstolos e carta aos Gálatas), onde o nome aparece na forma grega, Marían, correspondente ao hebraico Miryam, de significado incerto.

O significado semítico primitivo parece ser o de «excelsa», «augusta». Entre os evangelistas, os que dão mais notícias são São Lucas e São Mateus, que dedicam mais espaço à infância de Jesus.

Ao lado dos dados, na verdade poucos, fornecidos pelos Evangelhos, a tradição cristã buscou outros nos Evangelhos Apócrifos, por exemplo, nos que se referem à infância de Jesus, como o Proto-Evangelho de Tiago, no «Trânsito da Beata Virgem Maria» e no «Apocalipse da Virgem Maria».

O Novo Testamento nos diz que Maria era uma humilde mulher do povo hebreu, uma pessoa concreta, historicamente verossímil, longe de qualquer invenção idealizante.

Os dados estritamente biográficos que derivam desses textos da Escritura dão conta, de fato, de que ela era uma mulher jovem, pertencente à tribo de Judá e à descendência de Davi.

Nasceu provavelmente em Jerusalém, casou-se com um carpinteiro, José, e morava em Nazaré, um vilarejo da Galiléia, de onde saiu para se submeter ao censo em Belém. No tempo de Herodes, deu à luz um filho, Jesus, que teve de defender da tirania do rei, primeiro com a fuga para o Egito e, depois, retirando-se a Nazaré.

Segundo a tradição, seus pais foram Joaquim e Ana.

A historicidade de Maria, confirmada também pelas recentes descobertas arqueológicas, faz dessa Mulher a garantia da realidade da encarnação de Cristo.

O lugar que Maria ocupa na Bíblia é discreto: ela aparece totalmente em função de Cristo e não por si mesma.

Todavia, os dados certos que as sagradas Escrituras nos fornecem dizem-nos que Maria é Santa, Virgem e Mãe do Salvador.

No ambiente doméstico, o coração maternal deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família.

Dentro dessa esfera de trabalho, na mais santificada tarefa de renúncia pessoal, a mulher cristã acende a verdadeira luz para o caminho dos filhos através da vida.

A missão materna resume-se em dar sempre o amor de Deus, o Pai de Infinita Bondade, que pôs no coração das mães a sagrada essência da vida.

Nos labores do mundo, existem aquelas que se deixam levar pelo egoísmo do ambiente particularista; contudo, é preciso acordar a tempo, de modo a não viciar a fonte da ternura.

A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus.

Desde a infância, deve prepará-los para o trabalho e para a luta que os esperam.

Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concertando-lhe as posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.

Deve sentir os filhos de outras mães como se fossem os seus próprios, sem guardar, de modo algum, a falsa compreensão de que os seus são melhores e mais altamente aquinhoados que os das outras.

Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.

Sacrificar-se-á de todos os modos ao seu alcance, sem quebrar o padrão de grandeza espiritual da sua tarefa, pela paz dos filhos, ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho edificante é divino, e que todo desperdício é falta grave.

Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio alheio, para que sejam igualmente amparados no mundo, na hora de amargura que os espera, comum a todos os Espíritos encarnados.

Nos problemas da dor e do trabalho, da provação e da experiência, não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos morais das situações transitórias do mundo.

Será ela no lar o bom conselho sem parcialidade, o estímulo do trabalho e a fonte de harmonia para todos.

Buscará na piedosa Mãe de Jesus o símbolo das virtudes cristãs,transmitindo aos que a cercam os dons sublimes da humildade e da perseverança, sem qualquer preocupação pelas gloríolas efêmeras da vida material.

Cumprindo esse programa de esforço evangélico, na hipótese de fracassarem todas as suas dedicações e renúncias, compete às mães incompreendidas entregar o fruto de seus labores a Deus, prescindindo de qualquer julgamento do mundo, pois que o Pai de Misericórdia saberá apreciar os seus sacrifícios e abençoará as suas penas, no instituto sagrado da vida familiar.

Nenhum comentário: