23 fevereiro 2014

A Chave de Luz (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: Linha Duzentos. Psicografia: Chico Xavier)



















Lembra-te de que ninguém avança sem companhia.

Toda obra pede auxílio e cooperação.

A árvore protege a fonte, tanto quanto a fonte alimenta a árvore.

O pão que extingue a fome é filho da compaixão do solo que nutriu a semente, da renúncia da semente que germinou para o sol, e da força do sol que amparou a terra obscura e sustentou a semente frágil.

Assim também, vida afora, nas empresas que o mundo te conferiu, não prescindirás de braços amigos que te estendam socorro e fraternidade.

Todavia, não basta exponhas a outrem as necessidades que te afligem, nem vale te desmandes na queixa, encarecendo perante alheios ouvidos a angústia de teus problemas, a fim de que a verdadeira amizade se te revele, eficiente e prestigiosa.

Indispensável saibas abrir as portas dos corações para que te não falte concurso às construções da existência.

Corações que, muitas vezes, jazem trancados na avareza, afogados no vinagre da aflição ou deprimidos nos espinheiros do sofrimento.

Corações que padecem a flagelação do egoísmo, a paralisia do orgulho, o desvario da vaidade, a chaga da ignorância e o assalto do desalento.

Não te impressione, porém, a seara da treva em que se mergulham.

Quase todos esperam apenas a chave de luz que lhes descerre a passagem da noite para o dia, para a luz da libertação.

Avizinha-te deles com ternura e bondade, sem agravar-lhes a dor.

Desvenda-lhes o próprio ser, em forma de compreensão e serviço, e todos virão ao teu encontro, sustentando-te os passos na tarefa a que te impuseste na vida, porque, em verdade, é da lei do Senhor que alma alguma resista ao toque da humildade com a chave da gentileza.


22 fevereiro 2014

Livros (Pelo Espírito Meimei. Livro: Irmãos Unidos. Psicografia: Chico Xavier)
















OBS: Este livro foi ditado por Diversos Espíritos.


Viviam os homens acomodados à floresta, quais símios ferozes, renhindo as unhas sanguinolentas.
Ergueram-se os primeiros livros de pedra, sugerindo a organização, e a barbárie passou a ser combatida.

Eram atormentados que a fome retinha em conflito incessante. Apareceram os livros de agricultura e transporte, consumindo gradativamente o flagelo.

Caíam vitimados, sem remissão, por epidemias vorazes. Os livros de medicina afloraram, vitoriosos, no mundo, e a peste foi suprimida.

Refugiavam-se em malocas humilhantes, pelo empirismo que lhes entorpecia a cabeça. Vieram os livros da indústria e usaram as mãos com inteligência e habilidade.

Sofriam atraso no entendimento recíproco. Desdobraram-se os livros de alfabetização e a escola dissipou a noite da ignorância.

Distanciavam-se uns dos outros. Formaram-se livros propagando o intercâmbio, e o consórcio mundial destruiu o insulamento.

Cultivavam a escravidão entre si, reduzindo os semelhantes à condição das bestas de carga. Multiplicaram-se os livros da justiça e o cativeiro foi abolido.

Mantinham a mulher na categoria dos animais. Espalharam-se os livros da compreensão fraterna e a mulher renteou com eles no direito de escolher o próprio caminho.

Respiravam absolutamente chumbados ao solo. Divulgaram-se os livros da navegação aérea e principiaram a conquista do espaço.

Compreendendo, porém, que os livros da libertação exterior não conseguiriam quebrar as algemas das paixões subalternas que encadeiam as criaturas nas trevas da alma, trouxe-lhes Jesus, em pessoa, o código da libertação íntima, com os livros do Evangelho, instituindo o reino de Deus em cada coração.

Ainda assim, os homens criaram facções e grupos, seitas e círculos, preconceitos e ilusões, nos quais, apesar dos séculos transcorridos, continuaram acalentando a guerra fria e quente, declarada e oculta do egoísmo e da vaidade, da opressão e do orgulho, da crueldade e da usura, do crime e da violência, da rebelião e do vício, muitas vezes em nome do próprio Cristo.

Surgiram, então, na Terra, os livros da Doutrina Espírita, revivendo o pensamento libertador do Mestre Divino, consolando e instruindo, com a exaltação do amor puro e com a fé raciocinada, demonstrando a reencarnação por instituto imprescindível do progresso e ensinando que a alma, em qualquer posição, é responsável pelos próprios destinos...

Como é fácil de observar, os livros nobres são, em todos os tempos, as forças renovadoras e educativas da Humanidade; no entanto, é imperioso reconhecer que sustentar hoje a expansão e a dignidade do livro espírita é iluminar o espírito humano, em plenitude de felicidade e emancipação, para sempre.

21 fevereiro 2014

Dinamismo (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: Escrínio de Luz. Psicografia: Chico Xavier)





















A criatura humana permanece no mundo a cercar-se por bilhões de vidas inferiores, que se lhe rendem às determinações por existências escravas.

Quem fala em trabalho reporta-se a dinamismo, e basta uma vista de olhos na esfera da natureza para observar miríades de seres que mantemos em servidão.

Comecemos pelo laboratório do corpo.

O aparelho gastrintestinal recebe o bolo alimentício, e, embora atendendo à pessoa reconhecidamente ociosa, passa, de imediato, ao esforço da digestão, sem necessidade de aviso prévio.

Os anticorpos fiscalizam os distritos orgânicos, opondo barreiras à invasão de agentes estranhos para assegurar a saúde, sem reclamarem lições de química.

Fora do carro fisiológico, vemos a Terra, o magneto gigante que, há milênios, nos serve de domicílio, girando sem repouso no espaço cósmico, a fim de equilibrar os fenômenos da vida, sem exigir sinais de trânsito.

A semente lançada ao solo, dentro de condições justas, medra e produz por si, independentemente de noções de botânica.

Não nos propomos comparar o homem ao fagócito ou ao pessegueiro. Apreciamos o dinamismo dentro da evolução.

À medida que o ser se desenvolve, transpondo as fronteiras do instinto a caminho da razão, as leis divinas integram a individualidade na luz do discernimento, através de estímulos considerados dolorosos mas necessários, para que a consciência adote a cooperação espontânea na execução dos propósitos do Senhor, a benefício dela mesma.

É assim que surpreendemos os animais superiores nas disciplinas da domesticação e as criaturas iniciantes em burilamento moral, crivadas de lutas educativas que as arranquem das carapaças da inércia para a plenitude da vida.

Se o Espiritismo te beneficia o roteiro, trazes contigo a doutrina que clareia a razão. Não desconheces, desse modo, que o dinamismo constante é a nota dos que se elevam.

Podes agir, construtivamente, por ti mesmo, quando, como, onde e quanto desejes, sem esperar por advertências dispensáveis.

Trabalha e serve sempre, porque já sabes que se na Terra somos conhecidos pelos informes exteriores, nos reinos do espírito, apenas o mérito em serviço faz a diferença de cada um.

20 fevereiro 2014

Pergunta Contra Pergunta (Pelo Espírito Hilário Silva. Livro: A Vida Escreve. Psicografia: Chico Xavier)























Acabara Leopoldo Cirne de presidir a sessão pública, interpretando certa passagem do Evangelho, quando elegante senhora se aproxima e considera, desapontada:

- Sr. Cirne, tenho buscado praticar a Doutrina Espírita por todos os meios ao meu alcance, mas é impossível. É um freio a corrigir-nos e um aguilhão a impulsionar-nos... Uma voz gritante na consciência a todo instante e uma disciplina que não acaba... Doutrina de retificações incessantes e obrigações sem limites...

E mirando os olhos claros do interlocutor, acentuou:

- Que me diz o senhor sobre isso?

E Cirne respondeu, imperturbável:

- Como é que a senhora queria que ela fosse?...



19 fevereiro 2014

Toque de Fé (Pelo Espírito Meimei. Livro: Amizade. Psicografia: Chico Xavier)
















Escuta a esperança, no silêncio da própria alma, a falar-te de futuro e de amor...

Ergue-te e caminha.

Enxuga as lágrimas e fita os Céus.

Deus, que te sustentou até ontem, sustentará hoje e sempre.

A sombra vale para destacar a luz. .

Surge a dor para aumentar a alegria.

Se provações te feriram, esquece.

Se desenganos te amargaram a existência, não esmoreças.

Escuta a esperança, no silêncio da própria alma, a falar-te de futuro e de amor, de beleza e eternidade, e transforma a bênção das horas em riqueza de trabalho.

Olvida toda sombra, à procura de mais luz, e perceberás que Deus está contigo, em teu próprio coração, a estender-te os braços abertos.



18 fevereiro 2014

De Sol A Sol (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: Alma e Coração. Psicografia: Chico Xavier)














OBS: Este livro foi ditado por diversos Espíritos.



Dizes-te numa época de tensão, na qual os sucessos de ordem negativa surgem aos montes, compelindo-te aos mais graves testes de fortaleza moral.

Tão grande a massa de conflitos, na esfera da alma, que muitos dos nossos irmãos de jornada evolutiva se recolhem à retaguarda, buscando refazimento, quando não a cura dos nervos destrambelhados.

À vista disso, indagas, por vezes, como trabalhar eficientemente e, ao mesmo tempo, resistir com êxito ao assédio da inquietação.

Realmente, isso envolve questão muito importante no mundo íntimo de cada um de nós, porquanto nem podemos parar nos domínios da ação e nem desconhecer a necessidade de equilíbrio para suportar construtivamente as provas que venham a sobrevir.

A única solução a nosso ver, será focalizar a mente do Espírito do Senhor, e Ele, o Divino Mestre, dar-nos-á rendimento em serviço e descanso ao coração.

 Se aparecerem dificuldades imprevistas, entrega-lhe os obstáculos que te aborrecem, e prossegue no dever que te esposaste.

Se tribulações te caírem na estrada, imagina-lhe as mãos vigorosas nas tuas e procura atravessá-las, de ânimo firme, aproveitando a lição bendita do sofrimento.

 Se problemas te desafiam, transmite-lhe as tuas apreensões e atende com paciência aos encargos que a vida te reservou.

 Se amigos te desertaram, mentaliza Nele o companheiro infalível e continua fiel aos compromissos que te honorifiquem a existência.

Dividamos diariamente com Cristo de Deus a carga abençoada de trabalho que nos pese nos ombros.

Ele é o gerente de toda a empresa de elevação e sócio provedor de todas as nossas necessidades.

Deixa que o Senhor faça por ti a carga de trabalho de não consegues fazer, e segue a frente oferecendo os melhores recursos de que disponhas, no desempenho das obrigações imediatas que te compete, e observarás que quaisquer aflições se dissipam, em torno de ti, como as sombras se desfazem à luz dos Céus, a fim de que sirvas alegremente, no bem de todos, com invariável serenidade, de sol a sol.


17 fevereiro 2014

Oásis de Luz (Pelo Espírito Meimei. Livro: Ideal Espírita. Psicografia: Chico Xavier)














Suave, suavemente, belo jorro de luz desceu da Amplidão, coroando, de todo, a casa singela.

Dir-se-ia que a construção fora atingida em segundo por fulgurosa cascata de raios luminescentes.

Inflamara-se o teto de láurea rutilante.

As paredes coloridas por luminárias ocultas faziam-se transparentes, despedindo bonançosas centelhas.

De janelas e portas, fluíram de inesperado, caudais de bênçãos, qual se o ambiente interior estivesse inundado de nutriente energia.

Chama blandiciosa dissolvia as sombras, desabotoando prematura alvorada em meio às trevas noturnas e o firmamento, nos cimos parecia cálida, umbela deitando flores argenteadas sobre o anônimo ninho humano, que passara da condição de apagado recinto à ilha refulgente de alvenaria.

Os insetos da noite ciciaram com mais brandura, cães das proximidades aplacaram ladridos e os habitantes de residências vizinhas experimentaram sem perceber a intangível presença de paz profunda.

Contudo, na intimidade doméstica, acentuava-se, deslumbrante, o painel festivo, qual se varinha mágica fizesse nascer de pessoas e cousas, balsâmicas radiações de entendimento e simpatia.

Trajara-se a sala modesta de surpreendente grandeza, convertida em deleites remanso por banho lustral de amor puro que fixava sorrisos musicais de bondade em cada fisionomia.

Halos fulgurantes revestiram todas as formas alindando-lhes os traços e as cores sob o poder de ignoto cinzel.

Auréolas de esplendor tocaram os moradores, lágrimas de jubilosa esperança tremularam, furtivas, em olhos alumiados de reconforto, rostos brilharam confiantes, impregnaram-se as frontes de lume tênue, palavras ressoaram mais ternas, tonificaram-se corações em novos haustos de força e alcandorou-se a emoção a eminências desconhecidas, em transportes de irresistível candura.

Na esteira de luz em torno, transeuntes do Espaço respiraram felizes, enquanto, não longe, menestréis da Vida Maior, vocalizaram canções de bom ânimo para todo o grupo de intenso brilho.

A transfiguração arrebatadora e imprevista era Jesus, o conviva celeste em visita à casa humilde: instalara-se ali, o culto santificante do Evangelho.


16 fevereiro 2014

Anotação Em Caminho (Pelo Espírito Maria Dolores. Livro: Caminhos do Amor. Psicografia: Chico Xavier)






















Sob os riscos da jornada
Na vereda transformada
Em sombra pedindo luz,
Recorda que, em tuas mãos,
No amparo aos próprios irmãos,
Brilha o ideal de Jesus.

Age, auxilia, perdoa...
Na essência, em toda pessoa,
O Amor plantado produz:
Essa semente divina,
Se cultivada germina
Para servir com Jesus.

Dores, mágoas, desenganos
São instrumentos humanos
Formando as bênçãos da cruz
De vida, esperança e paz,
Pela qual encontrarás
A redenção com Jesus.

Coração, não vais sozinho,
Entre as pedras do caminho,
A que o serviço faz jus;
No trabalho e no perigo,
Guarda esta nota contigo:
- O companheiro é Jesus.



15 fevereiro 2014

Em Resposta (Pelo Espírito Humberto de Campos. Livro: Luz Acima. Psicografia: Chico Xavier)

















Insurge-se você, meu amigo, contra as informações do plano espiritual, relacionando as formas de que nos utilizamos. Espanta-se ao saber que temos domicílio próprio, com todo o equipamento indispensável à vida organizada de quem prossegue evolvendo e aprendendo sempre.

Assegura que materializamos excessivamente as imagens e que nossas páginas não passarão talvez de alucinações da mente mediúnica.

Não estranho sua atitude. Também eu pensaria o mesmo aí na Terra.

Imagine que eu, homem versado na experiência de ganhar e perder, via no mundo o terrível esforço do aluno de primeiras letras, gemendo na articulação do alfabeto, de modo a penetrar, passo a passo, na oficina da ciência; identificava os tremendos conflitos impostos a qualquer profissional digno, interessado em especializar-se, e, no entanto, quando se tratava da morte do corpo, acreditava piamente que a alma do defunto voaria a pleno céu, à procura do Trono de Deus.

Bastaria o passaporte de alguma religião respeitável e, a meu parecer, o “morto” entraria nos gozos do paraíso. Sabia que os tribunais humanos ministram a justiça com atenuantes e agravantes, segundo as circunstâncias prevalecentes no doloroso drama dos réus e não ignorava que a escala da educação é muito maior que as cinco linhas da pauta musical. Todavia, nunca me passou pela ideia que o nosso aprimoramento continuaria intensivo nestas paragens. Admitia que os “mortos” seriam anjos ou demônios absolutos, exceção dos que fossem detidos no purgatório pela polícia divina, na situação dos soldados que se demoram na “terra de ninguém”, porque, para os crentes em geral, o purgatório, entre este mundo e o outro, é uma espécie de Território do Cerre, entre alemães e franceses dos últimos séculos.

Como reconhece, sua concepção de hoje pertenceu-me igualmente, enquanto aí estive.

Nunca pude compreender a experiência corporal na Terra como transitório fenômeno de exteriorização do espírito imperecível; no meu modo de entender, o espírito era projeção do corpo.

Você já viu engano maior?

No entanto, era um equívoco que minha vaidade acalentava zelosamente.

Não desconhecia que sábios ilustres me haviam precedido na estrada do conhecimento, que a sandália dos heróis e dos santos havia mergulhado na poeira planetária muito antes de meus pés doentes; contudo, jamais aceitei outros pontos de vista que não fossem os meus.

O túmulo, porém, impôs-me a arte do reajustamento.

Contínuo aprendendo com a ingenuidade do grupo escolar. E rendo graças a Deus pela concepção do ensejo imprescindível.

Não se julgue nas vizinhanças do paraíso e nem nos queira mal por darmos notícias de cidades e instituições, templos e hospitais, árvores e fontes, além do sepulcro...

Quando nossos olhos imóveis recebem o tradicional emplasto de cinzas, verificamos que o céu está mais alto e o horizonte mais longínquo.

Você não aplaudiria o nudismo e acredita que os desencarnados, para serem verdadeiros, não deviam usar vestimenta alguma; estima a bênção do santuário doméstico, na doce e amorosa comunhão dos laços afetivos e admite que, para cultivarmos a realidade universal, cabe-nos a obrigação de adotar regime separatista, vagabundeando de esfera em esfera, sem objetivo e sem lar.
Agrada-lhe a ordem o grêmio doutrinário a que dedica atenção, mas exige que, em nos comunicando com os “vivos”, estejamos na condição dos bandos de vespas e passarinhos.

Não acredite que a sepultura o exonere da responsabilidade individual de prosseguir aprendendo com o bem. Deus é amor; entretanto, a harmonia é a base de suas manifestações, e um pai, a fim de ser amoroso, não deixará de ser justo.

Você sabe que o peixe, para elevar-se das profundezas abismais a que se adaptou, necessita modificar a bexiga natatória. E que fazer com milhões de mentes humanas, estacionadas em processos inferiores da inteligência, incapazes de respirar além da atmosfera densa do vale, se não lhes forem proporcionadas aqui condições de vida análogas ou profundamente análogas as da Crosta Terrestre?

Não suponha que a morte lhe venha pregar asas nos ombros.

Se, pelo metro evolutivo, ainda não possuímos perfeita estatura humana, como aguardar promoção compulsória ao reino angelical?

Assinalando-lhe os protestos, lembro-me de pequena fábula que o velho La Fontaine não escreveu.

Dizem que uma borboleta brilhante, interessada em preparar a lagarta, diante do futuro, pousou na comunidade em que nascera, com grande escândalo para todo o ninho.

– Em verdade – disse ela – sou membro da família de vocês, guardo fisiologia semelhante e apesar de ir longe, através dos ares, vendo cidades e rios, seres e plantas que vocês não conhecem, continuo sendo um lepidóptero aperfeiçoado... Em breve, vocês serão tal qual sou e, por minha vez, não me distanciarei excessivamente de nossa furna, a fim de cuidar dos interesses de nossos descendentes...

Contudo, não pôde prosseguir. As larvas, de ventre colado ao solo, debandaram sob forte susto.

Todas recusaram a mensagem e negaram a mensageira. Isto, no entanto, não impediu o trabalho da Natureza.

A borboleta, em breve, deitava ovos. Dos ovos, nasciam lagartas. As lagartas dormiram em casulos. E dos casulos surgiam borboletas...


14 fevereiro 2014

Prece do Entendimento (Pelo Espírito Meimei. Livro: Deus Aguarda. Psicografia: Chico Xavier)





Agradeço as bênçãos que me deste, sem que eu soubesse compreendê-las.

Roguei-Te paz e me enviaste as tribulações que me tumultuaram o recanto de ação, compelindo-me a lutar, por dentro de mim, para asserenar aqueles que me cercam e somente após reconhecê-los tranquilos é que notei a paz de todos eles, habitando-me o coração.

Supliquei-te defesa e determinaste que forças contrárias ao meu reconforto me atingissem o espírito e o ambiente em que me encontro, obrigando-me a longo esforço para criar refúgio e apoio para quantos me confiaste ao amor e, apenas depois de observá-los felizes, é que reconheci comigo a alegria de todos eles em forma de segurança.

Obrigado, Senhor, porque não me doaste aquilo de que eu precisava, segundo as minhas requisições e sim de acordo com as minhas necessidades.

E agradeço, ainda, porque me mostraste, sem palavras, a significação do ensino que transmitiste ao teu Apóstolo da Humildade:

- “É dando que se recebe”.


13 fevereiro 2014

O Pensamento (Pelo Espírito Joanna De Ângelis. Psicografia: Divaldo Pereira Franco)

















Página recebida na reunião mediúnica da noite de 4 de novembro de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.


Filósofos do passado e do presente, na sua grande maioria, assim como fisiologistas, anatomopatologistas de ontem e neurocientistas de hoje, informam que o pensamento é somente uma emanação cerebral que se consome com a desagregação neuronial.

Infelizmente ainda confundem a máquina em relação ao seu utilizador.

Como é compreensível, a desorganização dos equipamentos impede a correta produção de que o instrumento é capaz de oferecer, o que, no caso em pauta, implica na ausência do ser espiritual que é o agente da vida.

Sem qualquer dúvida o pensamento se exterioriza através dos veículos da mente que é atributo do Espírito.

As notáveis experiências dedicadas ao estudo da ação do pensamento além da emissão da onda inteligente, demonstraram a produção de movimentos na matéria bruta ou sensível, como nos casos da psicocinesia ou transportes sem contato humano, tanto quanto nos formidandos fenômenos de telepatia, de precognição e de retrocognição...

O pensamento é portador de uma carga de energia que o qualifica, simultaneamente, como positivo e negativo, interferindo nos relacionamentos humanos conforme as faixas vibratórias em que se expandem.

Aqueles que são de natureza doentia, pessimista, rancorosa, tanto quanto prejudicam quem os cultiva quanto produz ressonância perniciosa na pessoa contra a qual são dirigidos.

Muitas experiências de laboratório têm comprovado o seu efeito avassalador sobre plantas, animais, crianças e pessoas outras fragilizadas física e emocionalmente.

O inverso é igualmente verdadeiro.

Quando, por exemplo, uma euforia, um bem-estar, um vigor assaltam o indivíduo que recebe os influxos mentais de afetos, de respeito, de gratidão, assim o mesmo acontecendo com as plantas e os animais deixando-os mais vivazes quando amados e enriquecidos pelas incessantes ondas de simpatia e de ternura daqueles que os hospedam e cuidam.

Muitos distúrbios de comportamento psicológico procedem da aceitação da sintonia do paciente com pensamentos odientos, invejosos, perseguidores, carregados do morbo do ódio, da inveja, do despeito...

Agasalhando essas descargas que lhes são direcionadas pelos infelizes, as pessoas terminam por sentir-lhes os efeitos danosos no seu conjunto vibratório, danificando-o.

Se, por acaso, a vítima dá-se conta e reage, pior se torna o dano porque passa a retroalimentar-se dos tóxicos e vapores viciosos conduzidos pela corrente mental.

O melhor antídoto para esse mal é o envolver-se nas ondas sublimes da oração, precatando-se dessa interferência nefasta que percorre os espaços, direcionado ou não a determinados alvos.

Jamais evitar-se responder na mesma faixa de resistência, pois que se faria mais forte o intercâmbio destruidor.

No sentido oposto, o pensamento edificante, é rico de energias benéficas que sustentam os campos vibratórios de quem os capta, mas essencialmente daquele que os emite por originar-se nas Augustas Fontes do Amor Universal.

O pensamento é uma força dinâmica natural que sempre está em ação, desde que a criatura humana normal não pode viver sem o emitir.

Toda vez quando sentires inusitada emoção de empatia que te envolva, de alegria espontânea sem motivo aparente, de conjecturas otimistas, de planos edificantes, estás sob a ação de pensamentos bons e saudáveis. Procedem de mentes afetuosas que te envolvem em simpatia e afabilidade ou dos teus Guias espirituais.

Aproveita-os, concentra-te e fixa-os, a fim de que te vitalizem e permaneçam como carga de nutrição para outros momentos menos venturosos.
No sentido oposto, quando te sentires confundido, em perturbação mental ou desconforto emocional, encontras-te sob descargas negativas que deves diluir, recorrendo à prece, às leituras agradáveis, a fim de renovares as paisagens mentais.

De igual maneira, são emissões, essas porém, morbíficas de desafetos físicos ou espirituais que são inamistosos em relação a ti e comprazem-se com as tuas aflições.

Ora por eles, tem paciência, renova-te e não guardes qualquer tipo de ressentimento.

O Evangelho alude que a fé remove montanhas, o que decodificado pode significar a força do pensamento que é a saudável exteriorização do desejo mental fixado num objetivo.

Crimes hediondos são arquitetados na mente em desalinho e pervertida dos enfermos sociopatas.

Ideais de santificação e progresso da humanidade têm sua gênese na elaboração mental de quem opta por amar e servir.

O Universo é obra do pensamento do Criador, que a todos os seres humanos dotou da mesma energia neutra inicialmente, a fim de que o livre arbítrio de cada qual direcione-o conforme o seu nível moral, beneficiando-se, enquanto ajuda ou compromete-se, e fica encarcerado no mal.

Pensa e reflexiona na ideia mental perversa ou vã e a futilidade como a ausência de sentido existencial se te aninharão no imo, levando-te ao desencanto, ao tédio ou a aflições sem nome.

Pensar bem ou mal é resultado de treinamento que se transforma em hábito.

Jesus asseverou com veemência: Tudo quanto pedirdes ao Pai orando, Ele vos concederá.

Certamente, se solicitares com o pensamento em prece bênçãos, jamais deixarás de as receber.

A energia mental canalizada pela prece alcança os centros de captação universal e produz-se a ligação vigorosa entre o orante e o Supremo Ouvinte.


12 fevereiro 2014

No Campo do Espírito (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: Justiça Divina. Psicografia: Chico Xavier)














Afirmas a sincera disposição de buscar a Esfera Superior, entretanto...

Surpreendeste lutas enormes, no próprio lar, onde os mais amados te sonegam entendimento; observaste a queda dos melhores companheiros que te exercitavam na elevação; recebeste a lama da calúnia sobre as mãos limpas; viste amigos queridos dependurarem-te o nome no varal da suspeita; notaste que as tuas mais belas palavras rolaram no gelo da indiferença; recolheste escárnio em troca de amor...

Todos esses problemas, no entanto, são desafios da vida a te pedirem trabalho.

Seja qual seja a dificuldade, não acuses, nem desanimes.

No campo do espírito, a injuria é lodo verbal.

Queixa é semente morta.

Reclamação é fuga estudada.

Censura é ponta de espinho.

Melindre é praga destruidora.

Irritação é tempo perdido.

Ideal inoperante é água parada.

Desalento é ramo seco.

Ninguém avança sem movimento.

Não há evolução, nem resgate, sem ação.

Evolução é suor indispensável.

Resgate é suor necessário com o pranto da consciência.

Nossas dores respondem, assim, pelas falhas que demonstremos ou pelas culpas que contraímos.

A Lei estabelece, porém, que as provas e as penas se reduzam, ou se extingam, sempre que o aprendiz do progresso ou o devedor da justiça se consagre às tarefas do Bem, aceitando, espontaneamente, o favor de servir e o privilégio de trabalhar.
 


11 fevereiro 2014

Esperanças Alheias (Pelo Espírito Meimei. Livro: Deus Aguarda. Psicografia: Chico Xavier),



















Quase sempre, concentramos alma e vida em nossas esperanças e, muito dificilmente, encontramo-nos a pensar nas esperanças alheias.

Exercita retirar-te das preocupações próprias, a fim de refletir nos anseios dos outros.

Talvez ainda não te conscientizas-te de que onde estiveres, e como estiveres, podes iniciar o serviço mais propriamente endereçado à função dos anjos.

Não sei se já fixaste mais amplamente o homem triste que por vezes te cruza o caminho, perto de casa. Estranhas aquele semblante fechado de que debalde aguardas um leve sorriso. Procura imaginar-lhes as esperanças. É um companheiro que tem a esposa paralítica e quatro crianças necessitadas de apoio. Certamente, não dispões de meios para satisfazer-lhe todas as exigências. Entretanto, dentre todas, possui ele um desejo dos mais simples. Quereria que o filhinho menor estivesse mais agasalhado no transcurso da noite.

Muito pouco te custará ofertar-lhe um cobertor, de modo a que se lhe realize o desejo. Atende-lhe ao coração e trarás, de novo, àquele rosto amargurado, a alegria que lhe jaz encarcerada no peito pelas algemas do desânimo.

Talvez ignores que aquela mulher de presença desagradável, por exprimir-se através de fraseado inconveniente, nos pede mais entranhada observação. Ela foi abandonada pelo companheiro que lhe deixou dois pequenos desprotegidos. Ainda sem trabalho que lhe assegure a sobrevivência, acha-se em vias de conturbar-se. Evidentemente, não conseguirás sossegar-lhe todas as inquietações. No entanto, a maior de todas está no propósito de matricular o filho que conta sete janeiros de idade numa escola pública, e podes claramente auxiliá-la nesse sentido. Faça isso e anotar-lhe-ás a gratidão que se lhe exteriorizará do próprio ser, em forma de simpatia.

E temos os outros casos, muitos: aquele do doente que ficaria reconfortado com dez minutos de tua palavra estimulante; do menino que descobriria a felicidade numa fatia de bolo; do vizinho irritadiço que se modificaria para melhor com o teu sorriso de fraternidade, e o daquele amigo trancado no desgosto doméstico a reclamar-te algumas frases de paz e otimismo que lhe tragam os sentimentos da sombra para a luz.

Aprende a sair de tuas preocupações para entender as esperanças alheias e mitigá-las, quando puderes.

Então estarás servindo na missão dos anjos, encontrando a própria felicidade, porquanto, ao lado de cada criatura a quem te decidas a entregar migalhas de socorro, serás uma luminosa parcela da presença de Deus.


10 fevereiro 2014

No Aprimoramento (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: Roteiro. Psicografia: Chico Xavier)



















No aperfeiçoamento do corpo espiritual, além do primitivismo de certas almas que jazem, longo tempo, entorpecidas após a morte física, observamos, ainda, o quadro das mentes evolvidas intelectualmente, mas submersas nas densas vibrações decorrentes de compromissos escuros.

Não permanecem no regime da inércia, em sono larval; entretanto, agitam-se nos desvarios da loucura.

Criam imagens que vivem e se movimentam na intimidade delas próprias, por tempo indeterminado, cuja duração varia com a força do impulso de suas paixões.

Carregam consigo os dramas intensos de que se fizeram autoras.

Encarnada na Terra, a inteligência vive entre as provocações da esfera carnal e as sugestões silenciosas da mente. Quanto mais intelectualizada a criatura, mais profundamente respira no plano das ideias, influenciando e sendo influenciada.

Geralmente, porém, o homem desequilibra os próprios sentimentos, inclinando-se, em maior ou menor percentagem, para o afastamento das leis com as quais se deve nortear. Atravessa os caminhos humanos, ganhando pouco e quase sempre perdendo muito, dentro de si mesmo, obscurecendo-se nas pesadas sombras dos pensamentos inquietantes que produz para o consumo de suas necessidades mentais.

Assim é que a desencarnação não lhes modifica o campo íntimo.

Encasulada no círculo vibratório das criações que lhe dizem respeito, a alma sofre naturais inibições, ante a paisagem da vida gloriosa. Não possui ainda órgão de percepção para sintonizar-se com os espetáculos deslumbrantes da imensidade, encarcerada, qual se encontra, entre as paredes estranhas das concepções obscuras e estreitas em que se agita.

Como a lâmpada vive no seio das próprias irradiações,emitindo luz que é também matéria sutil, a alma permanece no seio das criações que lhe são peculiares, prendendo-se à paisagem em que prevaleçam as forças e desejos que lhe são afins, porque o pensamento é também substância rarefeita, matéria dentro de expressões inabordáveis até agora pelas investigações terrestres.

Podendo alimentar-se, por tempo indefinível, das emanações dos próprios desejos, entidades existem que estacionam, durante muitos anos, dentro dos quadros emocionais em que se comprazem, atrasando a marcha evolutiva, até que reencarnam na recapitulação das experiências em que faliram, retomando o serviço de purificação interior para a sublimação de si mesmas.

Desse modo, somos defrontados por dolorosos fenômenos congeniais.

Suicidas recomeçam a luta física no círculo de moléstias ingratas, e criminosos reaparecem no berço com deploráveis mutilações e defeitos; alcoólatras regressam à existência em companhia de pais que se sintonizam com eles, e grandes delinquentes reencetam a viagem do aprimoramento moral na esfera de provas temíveis, quais sejam as de enfermidades indefiníveis e de aflições dificilmente remediáveis.

No extenso e abençoado viveiro de almas que é o mundo, pouco a pouco, de século a século, e de milênio a milênio, usando variados corpos e diversas posições no campo das formas, nosso espírito constrói lentamente, para o próprio uso, o veículo acrisolado e divino com que o Senhor nos reserva em plena imortalidade vitoriosa.


09 fevereiro 2014

Sigamos (Pelo Espírito Maria do Rosário. Livro: Temas da Vida. Psicografia: Chico Xavier)























Sigamos.

Benditos quantos sofram pelo nome e pela Obra do Senhor.

E sabemos que não sofremos em vão.

Nossos pés serão guardados na trilha a percorrer, e nossos pensamentos de paz e de amor se elevarão para o Alto, nascidos de nossa alma na direção do Amigo Eterno.

Antigamente, os seguidores de Jesus eram dados ao sacrifício nas arenas de martírio.

A morte era assunto direto nos espetáculos públicos. E com o suplício de tantos heróis se pavimentou a estrada pela qual transitam no Mundo as revelações do Evangelho.

Hoje, os companheiros do Mestre são constrangidos a testemunhar esperança e compreensão, luz e vida nos recintos fechados da Terra, entre as paredes da vida particular.

A morte que se lhes deseja infligir se efetua sob os ditames da violência, mas, a pouco e pouco, sob as farpas da calúnia ou da injúria, da perseguição indireta ou da incompreensão em forma de desequilíbrio e loucura.

Entretanto, é por esse caminho espinhoso de dores e aflições a fogo lento, ocultas por dentro do espírito, que se edificará o clima da instalação definitiva do Cristianismo na Terra.

Por isso mesmo, é imperioso entender, silenciar, amar, perdoar...

Digamos “presente” à chamada do Senhor e continuemos a doar de nós tudo aquilo que possuímos de melhor.

Ante a sombra, faze luz.

Diante do ódio, descortinar fontes novas de amor.

À frente da perturbação, trabalhar sempre em favor de todos, e mais particularmente a favor dos que se tresmalham na discórdia e na acusação, ignorando que, em fazendo sofrer outros, plasmam eles cárceres de sofrimento para si mesmos.

Recebamos as dificuldades da tarefa por lições abençoadas, em que o Senhor nos pede mais amplas demonstrações de união com Ele.

Abençoar e abençoar sempre.

A tempestade ruge e nos ameaça a construção, mas a nossa capa espiritual – a definir-se pela moradia espiritual de nosso princípios e convicções – está edificada sobre a rocha da confiança.

Sustentemos a nossa firmeza em trabalho, sorrindo para todos os companheiros que nos compartilhem a experiência e a todos louvando pelo concurso bendito com que nos impulsionam para a frente.

Somos devedores de todos e a cada um nos cabe retribuir com a luminosa moeda do amor.

Nunca nos julguemos sozinhos, nem mesmo naqueles momentos em que surpreendemos a nossa prece orvalhada de lágrimas, no silêncio de nossas conversações com Deus, nas quais ouvimos a sua voz perguntando:

“Senhor, por quê?”.

De mãos unidas, depois de cada prece, regressemos ao serviço do bem, no qual aprendemos a libertar-nos definitivamente do mal.

Confiemos.

E, agora, terminado, reflitamos no Benfeitor Divino que nos precedeu monte acima.

A subida é áspera e os horizonte parecem carregados de sombra...

Entretanto, nos cimos do outeiro alcançaremos visão mais dilatada e mais sublime do Mundo, e as nuvens se desfarão para que a luz resplandeça nos Céus...

Esperança e alegria, e estejamos na certeza de que o Senhor nunca nos faltará.

Sigamos.




08 fevereiro 2014

Desculpas (Pelo Espírito André Luiz. Livro: Respostas da Vida. Psicografia: Chico Xavier)


















A desculpa ante as faltas de que você tenha sido vítima, invariavelmente, é ação em seu próprio favor.

Preste uma informação sem diminuir quem a solicita.

Atenda ao bem pela alegria de servir, sem cobrar tributos de gratidão.

Não exija a cooperação dos outros em tarefas que você possa realizar por si mesmo.


07 fevereiro 2014

Reflexões Sobre A Culpa (Pelo Espírito Joanna De Ângelis. Psicografia: Divaldo Pereira Franco)
















 Página recebida durante a sessão mediúnica da noite de 20 de janeiro de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.



A culpa é grave transtorno emocional de consciência que grassa velada ou claramente e aflige a sociedade contemporânea.

Insidiosa, pode ser considerada como planta parasita que se nutre da seiva do vegetal no qual se hospeda e termina por matá-lo.

Sob outro aspecto, apresenta-se como negra ave agourenta que abre suas asas sombrias e asfixia perversamente o indivíduo que a agasalha.

Quase todos os reencarnados carregam no inconsciente alguma forma desse conflito inditoso que se manifesta de variadas formas e trabalha em favor do seu sofrimento moral e emocional.

Herança macabra dos atos infelizes, procede dos comportamentos omissos ou prejudiciais durante a presente existência ou as procedentes de outras passadas.

Ninguém consegue evadir-se da sua penosa injunção, por decorrência do desrespeito aos Soberanos Códigos da Vida.

Sorrateiramente explicita-se como complexo de inferioridade ou disfarça-se de narcisismo e empurra aquele que lhe padece a compressão no rumo dos pântanos da angústia declarada ou transformada em fuga da realidade.

Normalmente o Eu consciente procura escamoteá-la, para evitar o enfrentamento direto, que constitui o eficiente recurso de diluir-lhe a presença punitiva até erradicá-la completamente...

De alguma forma expressa o cumprimento da Divina Justiça que alcança o infrator que se permitiu ludibriá-la.

Quando se instala, faz-se mordaz, porque diminui o ser a ínfima condição, torna-o inferior espiritualmente ou subestima-o, nivelando-o por baixo na escala de valores morais.

Nessa fase, torna a sua vítima arredia ou prepotente, cínica ou cruel, complexada ou reacionária.

Quando lhe faltam os instrumentos edificantes de caráter ético e moral, transforma-se na sombra enfermiça que impede as realizações nobilitantes e a aquisição dos valiosos tesouros que contribuem para o auto-perdão e a reabilitação.

Tem raízes no mal que se fez, mas igualmente no bem que se deixou de praticar.

Praticar o mal é um mau comportamento, porém, não executar o bem que está ao alcance de todos é um grande mal.

A existência humana está desenhada para a conquista do progresso moral tendo como foco a ser conseguido o estado de plenitude ou Reino dos Céus.

Qualquer desvio da pauta comportamental estabelecida pelos Celestes Cânones, e o Espírito, ao dar-se conta de que posterga a responsabilidade ou tenta sepultá-la no inconsciente, constitui-lhe gravame no processo evolutivo que exige correção.

Nada obstante, ocasião surge em que ressuma por necessidade de iluminação da consciência ultrajada e obscurecida pelo erro.

Ao deparar-te com esse parasita que se te apresenta, assume responsabilidade para logo providenciares a reparação e, por fim, a sua remissão.

Quase sempre o motivo gerador da culpa permanece ignorado na área da razão, pois que se apresenta conflitiva na conduta, exceção quando se opera o imediato despertamento que pode dar lugar ao choque pós-traumático imobilizador.

O Evangelho de Jesus, nas suas profundas considerações sobre a vida e sua finalidade na Terra, receita providencialmente a psicoterapia a ser utilizada, que deve ser iniciada mediante o esforço da autoconsciência, isto é, pelo exame da causa desencadeadora.

Se não se consegue identificá-la de imediato, é necessário que se utilizem os instrumentos oferecidos pelo amor. a fim de dar-se conta que o equivocar-se é normal no processo evolutivo, porém, manter-se no erro é resultado da falta de discernimento, da imaturidade psicológica, da presunção ou da soberba.

Identificada a fragilidade pessoal, cabe seja produzida a reparação do delito através dos serviços de engrandecimento interior, com imediata modificação da conduta íntima sempre para melhor. do auxílio ao próximo e da contribuição em favor da harmonia da Natureza que serve de mãe generosa e, dessa forma, acalmando a ansiedade.

Apoia-te na meditação e renova-te na prece, torna-te útil e sai da concha calcária e escura do Eu para o serviço geral em favor do progresso da Humanidade.

De imediato sentirás as bênçãos da remissão, isto é, da liberdade e da consciência de paz.

Nunca deixes de usar o amor em qualquer circunstância que se te apresente.

Melhor será que peques por ajudar, do que ser omisso por conveniência pessoal, covardia ou para estares bem no torpe comportamento social vigente.

A culpa é, também, o anjo bondoso que contribui poderosamente para o auto-encontro.

A viagem carnal é compromisso de legitimidade com a evolução espiritual do ser, por cuja experiência a terna presença de Deus no íntimo se expanda e domine-o durante toda a sua trajetória.

Enfrenta as tuas culpas sem temores, não adies a oportunidade libertadora, nem te justifiques por meio de sofismas egoísticos e lenitivos equivocados.

A consciência, por mais se encontre entorpecida pelo erro, sempre desperta para a realidade que é a luz condutora da paz.

Allan Kardec, o vaso escolhido para apresentar o Consolador a que Jesus se reportou, esclarece que ante a culpa existente, fazem-se necessários o arrependimento, a expiação e a reparação. (*)

Sabiamente a proposta do eminente mestre lionês concorda com a compreensão do erro e sua correspondente análise que dão lugar ao sofrimento, portanto, ao arrependimento e à expiação para, em definitivo, conseguir-se a reparação, mediante todo e qualquer contributo que dignifique e anule o delito praticado.

Não se torna indispensável que a reparação ocorra em relação àquele que foi prejudicado em decorrência de inúmeros fatores.

O essencial é a tranquilidade da consciência ultrajada pela culpa ante a atividade reabilitadora.

Nunca te permitas, desse modo, a permanência na culpa inscrita nos teus painéis mentais e nas tuas emoções, cuja presença pode levar-te a transtornos graves.

 Ama e serve sempre sem outra qualquer preocupação, exceto o Bem.

Esse é o caminho do Gólgota, mas é também a véspera da gloriosa manhã da Ressurreição.



06 fevereiro 2014

Se Eu Pudesse Ser Ouvida (Pelo Espírito Ofélia de Lucena Osias. Livro: Notícias do Além. Psicografia: Chico Xavier)

















Se eu pudesse ser ouvida
por todos em sofrimento
e onde houvesse um lamento,
uma pobre alma ferida,
consolar pudesse, então;

Se eu pudesse em cada verso
fazer transbordar de amor,
cada gota de orvalho
caindo no coração
sob as ardências da dor,

E que eu fosse a mensageira
da palavra de esperança
ao Espírito doente,
perdido sem Deus no mundo,
como perdido em si mesmo,
por não achar mais caminhos,
na maior escuridão;

Se eu pudesse ser ouvida
assim pelo meu irmão,
por quem fez de sua vida
um tema de solidão,
e além de lhe dar meu canto
pudesse estender-lhe a mão!




05 fevereiro 2014

O Espiritismo Em Sua Vida (Pelo Espírito André Luiz. Livro: Estude e Viva. Psicografia: Chico Xavier)



















Reflita na importância do Espiritismo em sua encarnação. Confrontemo-lo com as circunstâncias diversas em que você despende a própria existência.

Corpo – Engenho vivo que você recebe com os tributos da hereditariedade fisiológica, em caráter de obrigatoriedade, para transitar no Planeta, por tempo variável, máquina essa que funciona tal qual o estado vibratório de sua mente.

Família – Grupo consanguineo a que você forçosamente se vincula por remanescentes do pretérito ou imposições de afinidade com vistas ao burilamento pessoal.

Profissão – Quadro de atividades constrangendo-lhe as energias à repetição diária das mesmas obrigações de trabalho, expressando aprendizado compulsório, seja para recapitular experiências imperfeitas do passado ou para a aquisição de competência em demanda do futuro.

Provas – Lições retardadas que nós mesmos acumulamos no caminho, através de erros impensados ou conscientes em transatas reencarnações, e que somos compelidos a rememorar e reaprender.

Doenças – Problemas que carregamos conosco, criados por vícios de outras épocas ou abusos de agora, que a Lei nos impõe em favor de nosso equilíbrio.

Decepções – Cortes necessários em nossas fantasias, provocados por nossos excessos, aos quais ninguém pode fugir.

Inibições - Embaraços gerados pelo comportamento que adotávamos ontem e que hoje nos cabe suportar em esforço reeducativo.

Condição – Meio social merecido que nos facilita ou dificulta as realizações, conforme os débitos e créditos adquiridos.

Segundo é fácil de concluir, todas as situações da existência humana são deveres a que nos obrigamos sob impositivos de regeneração ou progresso. Mas a Doutrina Espírita é o primeiro sinal de que estamos entrando em libertação espiritual, à frente do Universo, habilitando-nos, pela compreensão da justiça e pelo serviço à Humanidade, a crescer e aprimorar-nos para Esferas Superiores.

Pense no valor do Espiritismo em sua vida. Ele é a sua verdadeira oportunidade de partilhar a imortalidade desde hoje.




04 fevereiro 2014

Coração,Ouve! (Pelo Espírito Maria Dolores. Livro: A Vida Conta.Psicografia: Chico Xavier)















Se queres
A bênção da paz constante,
Trabalha e segue adiante,
Cumprindo o próprio dever...
Para vencer no caminho
Tristeza, treva e pesar,
Muito mais do que lembrar
A vida roga esquecer.

Esquece as mágoas sofridas,
As horas de céu cinzento,
O azedume, o desalento
E os tempos de provação;
Renova-te, dia-a-dia,
Não pares, contando lutas,
Progresso é o lema que escutas
No mundo em transformação.

Tudo procura a vanguarda,
A flor converte-se em fruto
Do cascalho rijo e bruto,
Eis o diamante a surgir...
O fio forma o agasalho,
A própria noite se esquece
Na aurora que resplandece
Buscando a luz do porvir.

Da própria queda no erro,
Levanta-te e segue à frente,
Servindo incessantemente,
Tudo podes refazer;
Não te detenhas na angústia,
Ante o mal, prossegue e olvida,
As próprias nódoas da vida
A vida pede esquecer.



03 fevereiro 2014

A Religião Cósmica do Amor (Pelo Espírito Joanna De Ângelis. Livro: Entrega-te a Deus. Psicografia:Divaldo Franco)















Toda crença religiosa que se firma no amor é digna de respeito e carinho. O objetivo essencial da fé religiosa é dignificar a criatura humana, tornando-a melhor moralmente e preparando-a para desenvolver os valores espirituais que lhe dormem no íntimo.

Em razão do mergulho na matéria, o Espírito aturde-se, e quase sempre olvida os compromissos assumidos na Espiritualidade, deixando-se comandar pelas manifestações do instinto que o ajudaram nos períodos remotos da evolução, mas que foram suplantados pelo discernimento e pela consciência, permanecendo somente aqueles que preservam a vida e dão sentido existencial.

Na neblina carnal, no entanto, a predominância da matéria, como é compreensível, dificulta o discernimento a respeito da finalidade da reencarnação, facultando que os sentidos físicos se direcionem para o prazer, para o gozo, para a satisfação das necessidades biológicas.

A consciência, no entanto, trabalha pela eleição do significado existencial, do equilíbrio emocional, do bem-estar espiritual, alargando os horizontes da percepção para as conquistas relevantes e significativas que acompanharão o ser após o seu inevitável decesso tumular.

Por esses motivos, entre outros, a necessidade de uma religião que se expresse em lógica e praticidade, destituída dos aparatos e das fantasias, dos interesses sórdidos do comportamento material, faz-se imprescindível para enriquecer os seres humanos de beleza e harmonia. Isto porque a conquista da lógica, no longo roteiro evolutivo, impõe a necessidade de compreender-se tudo quanto se deseja vivenciar, a fim de constatar-se a sua resistência frente à razão em quaisquer circunstâncias.

Assim sendo, não há mais lugar para qualquer tipo de crença religiosa que se apresente com manifestações totalitárias, eliminando a capacidade do crente de pesquisar, de aceitar ou não os seus postulados, sendo-lhe exigido crer sem entender. É certo que ainda surgem segmentos religiosos fundamentados no fanatismo, geradores de lutas e de intolerância, tentando impor-se pela força dos seus dirigentes políticos ou de outra espécie, mas não pela sua estrutura racional e profunda.

Naturalmente, ante o impacto do progresso, aqueles que lhes aderem ao comportamento, logo desenvolvem o senso da razão e os abandonam, isso quando não lhes permanecem vinculados por frutos apodrecidos dos interesses materiais que lhes rendem prestígio, poder e recursos econômicos...

Nesse caso, destituídos do sentimento de amor, de compreensão e de bondade, estando ausentes o respeito pelo próximo e pelo seu direito de acreditar naquilo que mais lhe convém e felicita, essas estranhas doutrinas mais atormentam do que consolam, seduzindo grande fatia da sociedade que ainda permanece vitimada pelos atavismos, quando se fizeram poderosas e esmagaram aqueles que eram considerados adversários de comportamento enfermiço.

Foram essas religiões, trabalhadas pela força política e pelos impositivos da ignorância, que se encarregaram de afastar os fiéis das diretrizes do amor que conduz a Deus, abrindo espaço para os comportamentos agressivos e a revolta constante, facultando o desenvolvimento do materialismo e no niilismo, que lhes bloquearam a capacidade de crer e, por efeito, de abraçar os ideais de religação com a Divindade.

Nesse báratro, a misericórdia divina proporcionou à Humanidade uma crença religiosa que atende perfeitamente ao mandamento maior e, ao mesmo tempo, conforta e tolera tantos quantos não lhe dão guarida.

Trata-se do Espiritismo, que se faz resposta eloquente do amor de Deus às criaturas ansiosas que lhe suplicavam diretrizes e oportunidade de crescimento, assim como de recursos para a conquista da felicidade.

O Espiritismo, ademais de fundamentar-se no amor através da ação da caridade, é Doutrina profundamente racional, que esclarece o aprendiz a respeito das razões da crença e da sua legitimidade, por estruturar-se na linguagem iniludível dos fatos.

Jesus, quando esteve na Terra, elegeu o amor como sendo fonte de sabedoria e de iluminação mais poderosa que se pode conhecer.

Estabelecendo como essencial o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, não renegou as crenças que predominavam na cultura de então, lamentando que as mesmas não possuíssem essa especial conduta, perdidas em aparência e cerimoniais que mataram o conteúdo essencial de que Moisés se fizera portador ao apresentar os Dez Mandamentos.

Neles estão inscritos, sem dúvida, os códigos éticos de alta magnitude, responsáveis pela ordem social e moral da Humanidade, numa tese'>síntese que facultaria ao direito civil em muitos países fundamentar os seus postulados naquelas seguras regras de comportamento.

Jesus, complementando, porém, a propositura do amor, de que a sua doutrina se faz o reservatório inexaurível, transformou-o em código superior de socorro aos infelizes de todos os matizes, utilizando-se da ação da caridade como sendo a sua expressão mais elevada.

Todas as suas palavras fizeram-se revestir pelos sublimes exemplos, pelas ações, pelos fatos extraordinários que passaram à Humanidade, confirmando-lhe o messianato, demonstrando ser Ele o Embaixador de Deus, aquele que todos esperavam, mas preferiram não aceitar, porque Ele feria de morte as paixões inferiores, os interesses mórbidos dos religiosos equivocados, que se compraziam em manter os crentes na ignorância, a fim de melhor explorá-los.

Por sua vez, Ele sempre elucidava todos os enigmas que atormentavam as pessoas, explicando a necessidade do amor em todas as expressões: ao trabalho, ao dever, à família, ao próximo de toda procedência, mas acima de tudo ao Pai Criador.

Submeteu-se às arbitrariedades do poder temporal para demonstrar a sua fragilidade na sucessão dos tempos, especialmente diante da morte que a todos arrebata, modificando as estruturas do mundo e das próprias criaturas.

Jamais se permitiu ceder aos caprichos dos adversários da verdade, divulgando-a e vivendo-a nas situações mais ásperas e agressivas.

Com a sua visão superior, conhecia a fragilidade daqueles que se candidatavam ao ministério de sua palavra, tolerando-lhes a fraqueza moral, mas não anuindo com ela, de modo que anunciou O Consolador, que Ele rogaria ao Pai enviar, a fim de que o rebanho não ficasse esparramado, sem diretrizes de segurança, nos momentos difíceis do futuro que se apresentariam para a conquista da real felicidade...E cumpriu a promessa, por ocasião do advento do Espiritismo.

O amor realmente deverá ser um dia a mais bela conduta, a mais significativa, a psicoterapêutica preventiva e curadora, tornando-se uma forma de religiosidade que fascinará a todas as criaturas.

Ao Espiritismo compete, portanto, o dever, através dos espíritas sinceros, de propagar os seus postulados, de divulgar imorreduras lições do Evangelho, de demonstrar a excelência de seus paradigmas, o alto significado de se que fazem instrumento as comunicações espirituais, a magnitude da reencarnação, a convivência com o bem e a sintonia com o inefável amor de nosso Pai.

A religião cósmica do amor, desse modo, no Espiritismo encontra o solo abençoado e fértil para apresentar-se e enflorecer-se, produzindo os frutos da felicidade que todos aspiram, sem nenhuma desconsideração pelas demais que se fundamentem no mandamento maior, vivendo a tolerância e a caridade indiscriminada.




02 fevereiro 2014

Na Senda Evolutiva (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: Roteiro. Psicografia: Chico Xavier)























 
Quantos milênios gastou a Natureza Divina para realizar a formação da máquina física em que a mente humana se exprime na Terra?

O corpo é para o homem santuário real de manifestação, obra-prima do trabalho seletivo de todos os reinos em que a vida planetária se subdivide.

Quanto tempo despenderá, desse modo, a Sabedoria Celeste na estruturação do organismo da alma?

Da sensação à irritabilidade, da irritabilidade ao instinto, do instinto à inteligência e da inteligência ao discernimento, século e séculos correram incessantes.

A evolução é fruto do tempo infinito.

A morte da forma somática não modifica, de imediato, o Espírito que lhe usufrui a colaboração.

Berço e túmulo são simples marcos de uma condição para outra.

Assim é que, para as consciências primárias, a desencarnação é como se fora a entrada em certo período de hibernação. Aves sem asas, não se elevam à altura. Aguardam o momento de novo regresso ao ninho carnal para a obtenção de recursos que as habilitem para os grandes voos.

Crisálidas espirituais, imobilizam-se na feição exterior com que se apresentam, mas no íntimo conservam as imagens de todas as experiências que armazenaram nos recessos do ser, revivendo-as em forma de pesadelos e sonhos, imprimindo na mente as necessidades de educação ou reparação, com que devem comparecer no cenário da carne, em momento oportuno.

Para semelhantes inteligências, a morte é como que a parada compulsória, por algum tempo, diante de mais altos degraus da escada evolutiva que ainda não se acham aptas a transpor.

Sem os instrumentos de exteriorização, que lhes cabe desenvolver e consolidar, essas mentes, quando desencarnadas, sofrem consideráveis alterações da memória. Quase sempre, demoram-se nos acontecimentos que viveram, e, de alguma sorte, perdem, temporariamente, a noção do tempo.

Cristalizam-se, dessa maneira, em paixões e realizações do passado que lhes é próprio, para renascerem, na arena da luta material, com as características do quadro moral em que se coloram, desintegrando erros e corrigindo falhas, edificando, pouco a pouco, as qualidades sublimes com que se transportarão às Esferas Mais Altas.

Em razão disso, os Espíritos delinquentes ressurgem nas correntes da vida física, reproduzindo no patrimônio congenial as deficiências que adquiriram à face da Lei.

O malfeitor conservará consigo longo remorso por haver desequilibrado o curso do Bem, impondo lamentável retardamento ao avanço espiritual que lhe diz respeito, e, com essa perturbação, represará na própria alma grande número de imagens que, na zona mental dele mesmo, se digladiarão mutuamente, inibindo, por tempo indeterminável, o acesso de elementos renovadores ao campo do próprio “eu”.

Purificado o vaso íntimo do sentimento, renascerá na paisagem das formas, com o defeito adquirido através do longo convívio com o desespero, com o arrependimento ou com a desilusão, reajustando o corpo perispirítico, por intermédio de laborioso esforço regenerativo na esfera carnal.

Os aleijões de nascença e as moléstias indefiníveis constituem transitórios resultados dos prejuízos que, individualmente, causamos à corrente harmoniosa da evolução.

De átomo a átomo, organizam-se os corpos astronômicos dos mundos e de pequenina experiência em pequenina experiência, infinitamente repetidas, alargasse-nos o poder da mente e sublimam-se-nos as manifestações da alma que, no escoar das eras imensuráveis, cresce no conhecimento e aprimora-se na virtude, estruturando, pacientemente, no seio do espaço e do tempo, o veículo glorioso com que escalaremos, um dia, os impérios deslumbrantes da Beleza Imortal.




01 fevereiro 2014

Mimetismo e Definição (Pelo Espírito André Luiz. Livro: Estude e Viva. Psicografia: Chico Xavier)






Amor em ação, amor entendimento, amor-brandura, amor em nome de Cristo que se imolou por amor.

Não devemos nos esquecer, porém, de que Cristo nunca se achou fora do caminho aberto que conhecemos como sendo definição.

A astúcia se esconde sistematicamente no "Sim", a crueldade se encouraça no "Não" e a preguiça não sai do "Talvez".

O espírita, herdeiro atual do Cristianismo sem distorções, não pode ignorar a necessidade do equilíbrio.

Compreensão e ternura, mas atitude firme, para que a névoa da ignorância não invada a atmosfera mental onde vivemos, induzindo os companheiros de viagem terrestre ao vale da indecisão.

Somos, involuntariamente, a bússola um dos outros. Os que marcham à frente ditam normas para os que se formalizam à retaguarda.

Todos influenciamos positivamente com o magnetismo da atitude. Daí o impositivo de sermos por fora o que somos por dentro.

Claramente é possível usar os valores afetivos em qualquer circunstância.

Misericórdia e paz em todas as situações, principalmente naquelas nas quais é preciso desembaraçar alguém da perturbação com a paciência e a abnegação de que não prescindimos para libertar o doente da enfermidade. Isso, contudo, não nos exime do culto à verdade.

Reportamo-nos, enlevados, ao amor que imperava nas coletividades cristãs do Evangelho nascente.

Os primeiros seguidores de Jesus amavam-se ternamente como verdadeiros irmãos; entretanto, não foi tão-só a preço de doçura que venceram o sarcasmo e a perseguição de que se viram objeto.

O amor entre eles incluía a coragem, a franqueza, o desassombro e a fidelidade por ingredientes necessários ao triunfo sobre as vicissitudes da época, tanto quanto sobre si próprios.

Sejamos tolerantes no sentido construtivo, respeitando as vítimas de enganos consagrados e preconceitos infelizes, doando a cada uma delas algo de útil que as auxilie na edificação do Bem, com vistas à emancipação futura. Mas conservemos atitude límpida pela qual sejamos identificados na condição de espíritas, a serviço do mundo renovado, evitando mimetismo e acomodação.