04 janeiro 2013

Para Refletir (Martha Medeiros)
















Atravessar fronteiras era um desejo meu desde menina, incluindo as fronteiras mentais, não apenas as geográficas. Conhecer, descobrir, avançar, aprender: verbos que de certa forma me definem, todos relacionados com o exercício da liberdade.

A liberdade é uma ilusão, eu sei. Ninguém é inteiramente livre, a não ser que não possua vínculos. Como qualquer pessoa saudável, não abro mão de laços afetivos, a vida seria muito árida sem amor.

Desertos são fascinantes, mas não os emocionais, então tenho uma relação de profundo apego à minha família, aos meus amigos e ao meu coração, que de tempos em tempos bate forte por alguém, e essa turma estimula meu crescimento, mas para crescer juntos é preciso facilitar o encontro, o que me faz ter um endereço fixo. Já vínculos profissionais não me prendem. Depois que me tornei autônoma, eles se expandiram barbaramente.

Mesmo ainda não fazendo uso dessa vantagem, é um alívio saber que poderia realizar meu trabalho em qualquer canto do planeta, bastando para isso um notebook. Qualquer canto. Até no meio do mato, até dentro de um barco (se eu gostasse de mato e de barcos). Bastaria uma rede wi-fi.



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