30 janeiro 2012

Nos Tempos Novos (Pelo Espírito Batuíra. Livro: "Mais Luz". Psicografia: Chico Xavier)



















Não desconhecemos a complexidade de nossos chamados tempos novos na Terra.

Ouro e mais ouro e penúria e mais penúria. Ascensões a outros mundos e mergulhos na aflição.

Ajuntamentos que valem por multidões e multidões reunidas e solidão para milhares de criaturas que desfalecem à míngua de amor.

Cultura acadêmica laureando legiões de pessoas e conflitos desencadeados por toda parte como se a escola não existisse.

Métodos de renovação e conservação do corpo e processos de criminalidade rebaixando milhões de almas à condição dos brutos.

Em toda parte chocantes antinomias, contrastes dolorosos evidenciando a distância em que se patenteiam o cérebro e o coração.

Tudo nos convida ao retorno para o Cristo.

Não queremos dizer que a riqueza, a instrução, a abundância e a ciência não devam ser glorificadas, mas sim que é indispensável alçar o sentimento ao nível do raciocínio, a fim de que a felicidade não seja um conceito vazio entre os homens.

Trabalhar pelo mundo melhor é nosso dever de todos os instantes, não só edificando para os olhos, e sim também construindo igualmente santuários de amor e paz, invisíveis à humana percepção mas palpáveis no reino da alma, para que a Terra encontre a finalidade de seus próprios destinos.

29 janeiro 2012

Tópicos da Mediunidade (Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Livro: "Apelos Cristãos". Psicografia: Chico Xavier)


















I

Fortaleçamos o entendimento, conservando a confiança na Divina Bondade. Nenhuma razão para agravar problemas íntimos quando a mediunidade aparece.

A mediunidade com Jesus requer firmeza e trabalho ativo de nossa colaboração na seara espírita.

Jesus está conosco e Nele nos cabe depositar toda a fé.

Alegremos o coração, procuremos arejar os pensamentos e prossigamos adiante!



II

A mediunidade é condição espiritual, sempre com imenso nexo no passado da alma. É preciso nos mantenhamos valorosos e pacientes, no serviço gradativo de nossa transformação para o bem. Ajudemo-nos a nós mesmos. Não esmoreçamos!

Ergue-se a casa, elemento a elemento. Seja qual for a dificuldade psíquica, não fujamos ao trabalho. O estudo ilumina, mas só a caridade sustenta.

Não nos sintamos cansados da luta. Sirvamos, e a mediunidade, com expressivo conteúdo de provação, será para nos o caminho sublime para nosso campo de paz e luz.



III

Para que o nosso desenvolvimento mediúnico avance com o acerto necessário, não nos doa ao coração o imperativo da cooperação, em favor dos sofredores mais necessitados do ponto de vista moral. Isso é impositivo da caridade cristã a que não devemos fugir, na certeza de que amparando a eles, nossos amigos menos felizes, estaremos ajudando a nós mesmos.

Fé e confiança!



IV

Continuemos empenhando à confiança no Senhor a Vida e o Coração, a Força e a Tarefa.

Pelo exercício salutar das faculdades mediúnicas, as nossas energias estarão recebendo precioso acréscimo de bênçãos.Guardemos o coração tranqüilo e valoroso!

Prossigamos trabalhando mediunicamente com o entusiasmo habitual.

Confiemos na Misericórdia Divina e esperemos sempre o melhor das mãos de Jesus!



V

A fidelidade às nossas tarefas espirituais, com o estudo e a caridade a nos apoiarem o esforço, é a nossa bênção de saúde e reequilíbrio completo.

Trabalhemos! O desdobramento de nossas forças mediúnicas com Jesus merecerá sempre a melhor atenção de nossos Amigos Espirituais.



VI

Confiança e Bom Ânimo! Prossigamos em nossas abençoadas tarefas mediúnicas e, através do serviço aos nossos irmãos encarnados e encarnado'>desencarnados, novas energias nos felicitarão o caminho.



VII

Sempre que trabalhemos, guardando a fé viva, na certeza de que Deus, na bênção do tempo, auxiliar-nos-à na solução de todos os problemas e lutas, as nossas tarefas mediúnicas prosseguirão amparadas com segurança.


VII

Com nossas forças mediúnicas canalizadas no trabalho edificante de que temos nós necessidade, e com a bênção do Alto, nos surpreenderemos mais robustos e serenos, equilibrados e tranqüilos.

Prossigamos! Não nos faltará o apoio dos Instrutores da Vida Maior.

Socorrer os desencarnados e sofredores é socorrer a nós mesmos!

Continuemos tocados de bom ânimo, na certeza de que o Senhor nos abençoará sempre e sempre.


IX

Prossigamos em nossas tarefas mediúnicas de vez que as bênçãos de hoje, na Seara do Bem, ser-nos-ão, amanhã, generoso celeiro de paz e luz!

27 janeiro 2012

Para Refletir (Salmo 82)















1 [Salmo de Asafe] Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses.

2 Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? (Selá.)

3 Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado.

4 Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.

5 Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam.

6 Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós sois filhos do Altíssimo.

7 Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes.

8 Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois Tu possuis todas as nações.

26 janeiro 2012

A Divulgação Espírita (Pelo Espírito André Luiz. Psicografia: Chico Xavier)














Há companheiros que se dizem contrários à divulgação espirita.

Julgam vaidade o propósito de se lhe exaltar os méritos e agradecer os benefícios nas iniciativas de caráter público.

Para eles, o Espiritismo fala por si e caminhará por si.

Estão certos nessa convicção, mas isso não nos invalida o dever de colaborar na extensão do conhecimento espírita com o devotamento que a boa semente merece do lavrador.

- O ensino exige recintos para o magistério.

O Espiritismo deve ser apresentado por seus profitentes em sessões públicas.

- A cultura reclama publicações.

O Espiritismo tem a sua alavanca de expansão no livro que lhe expõe os postulados.

- A arte pede representações.

O Espiritismo não dispensa as obras que lhe exponham a grandeza.

- A indústria requisita produção que lhe demonstre o valor.

O Espiritismo possui a sua maior força nas realizações e no exemplo dos seus seguidores, em cujo rendimento para o bem comum se lhe define a excelência.

Não podemos relaxar a educação espírita, desprezando os instrumentos da divulgação de que dispomos a fim de estendê-la e honorificá-la.

Allan Kardec começou o trabalho doutrinário publicando as obras da codificação e instituindo uma sociedade promotora de reuniões de palestras públicas, uma revista e uma livraria para a difusão inicial da Revelação Nova.

Mas não é só.

Que Jesus estimou a publicidade, não para si mesmo, mas para o Evangelho, é afirmação que não sofre dúvida.

Para isso, encetou a Sua obra aliciando doze agentes respeitáveis para lhe veicularem os ensinamentos, e Ele próprio fundou o Cristianismo através de assembléias públicas.

O "Ide e pregai" nasceu-lhe da Palavra recamada de luz.

E compreendendo que a Boa Nova estava ameaçada pela influência judaizante em vista da comunidade apostólica confinar-se de modo extremo aos preceitos do Velho Testamento, após regressar às Esferas Superiores, comunicou-se numa estrada vulgar, chamando Paulo de Tarso para publicar-lhe os princípios junto à gentilidade a que Jerusalém jamais se abria.

Visto isso, não sabemos como estar no Espiritismo sem falar nele,ou,em outras palavras, se quisermos preservar o Espiritismo e renovar-lhe as energias, a benefício do mundo, é necessário compreender-lhe as finalidades de escola, e toda escola, para cumprir seu papel, precisa divulgar.

24 janeiro 2012

Afetividade Conflitiva (Pelo Espírito Joanna De Ângelis. Psicografia: Divaldo Pereira Franco)




















Mensagem recebida em 17 de novembro de 2008, na cidade do Porto,em Portugal.


A busca da afetividade constitui-se em uma necessidade de intercâmbio e de relacionamento entre as criaturas humanas ainda imaturas.

Acreditam, aqueles que assim procedem, que somente através de outrem é possível experimentar a afeição, recebendo-a e doando-a.

Como decorrência, as pessoas que se sentem solitárias, atormentam-se na incessante inquietação de que somente sentirão segurança e paz, quando encontrem outrem que se lhe constitua suporte afetivo.

Nesse conceito, encontra-se um grande equívoco, qual seja esperar de outra pessoa a emoção que lhe constitua completude, significando autorrealização.

Um solitário, quando se apóia em outro indivíduo, que também tem necessidade afetiva, forma uma dupla de buscadores a sós, esperando aquilo que não sabem ou não desejam oferecer.

É claro que esse relacionamento está fadado ao desastre, à separação, em face de se encontrarem ambos distantes um do outro emocionalmente, cada qual pensando em si mesmo, apesar da proximidade física.

Faz-se imprescindível desenvolver a capacidade de amar, porque o amor também é aprendido. Ele se encontra ínsito no ser como decorrência da afeição divina, no entanto, não poucas vezes adormecido ou não identificado, que deve ser trabalhado mediante experiências de fraternidade, de respeito e de amizade.

Partindo-se de pequenas conquistas emocionais e de júbilos de significado singelo, desenvolve-se mediante a arte de servir e de ajudar, criando liames que se estreitam e se ampliam no sentimento.

Estreitam-se, pelo fato de se aprender união com outrem e ampliam-se mediante a capacidade de entendimento dos limites do outro, sem exigências descabidas nem largas ao instinto perturbador de posse, nas suas tentativas de submissão alheia...

Resultante de muitos conflitos que aturdem o equilíbrio emocional, esses indivíduos insatisfeitos, que se acostumaram às bengalas e às fugas psicológicas, pensam que através da afetividade que recebam lograrão o preenchimento do vazio existencial, como se fosse uma fórmula miraculosa para lhe solucionar as inquietações.

Os conflitos devem ser enfrentados nos seus respectivos campos de expressão e nunca mediante o mascaramento das suas exigências, transferindo-se de apresentação.

Os fatores psicológicos geradores dessas embaraçosas situações são muito complexos e necessitam de terapêuticas cuidadosas, de modo que possam ser diluídos com equilíbrio, cedendo lugar a emoções harmônicas propiciadoras de bem-estar.

A afetividade desempenha importante labor, qual seja o desenvolver da faculdade de amar com lucidez, ampliando o entendimento em torno dos significados existenciais que se convertem em motivações para o crescimento intelecto-moral.

Quando se busca o amor, possivelmente não será encontrando em pessoas, lugares ou situações que pareçam propiciatórias.

É indispensável descobri-lo em si mesmo, de modo a ampliá-lo no rumo das demais pessoas.

Qual uma chama débil que se agiganta estimulada por combustível próprio, o amor é vitalizado pelo sentimento de generosidade e nunca de egoísmo que espera sempre o benefício antes de proporcionar alegria a outrem.

A predominância do egoísmo tolda-lhe a visão saudável do sentimento de afetividade e impõe-lhe exigências descabidas que, invariavelmente, o tornam vítima das circunstâncias.

Em tal condição, sentindo a impossibilidade de amar ou de ser amado, procura, aflito, despertar o sentimento de compaixão, apoiando-se na piedade injustificada.

Se experimentas solidão no teu dia-a-dia, faze uma análise cuidadosa da tua conduta em relação ao teu próximo, procurando entender o porquê da situação.

Sê sincero contigo mesmo, realizando um exame de consciência a respeito da maneira como te comportas com os amigos, com aqueles que se te acercam e tentam convivência fraternal contigo.

Se és do tipo que espera perfeição nos outros, é natural que estejas sempre decepcionado, ao constatares as dificuldades alheias, olvidando porém que também és assim.

Se esperas que os outros sejam generosos e fiéis no relacionamento para contigo, estuda as tuas reações e comportamentos diante deles.

A bênção da vida é o ensejo edificante de refazimento de experiências e de conquistas de patamares mais elevados, algumas vezes com sacrifício...

Não te atormentes, portanto, se escasseiam nas paisagens dos teus sentimentos as compensações do afeto e da amizade.

Observa em derredor e verás outros corações em carência, à tua semelhança, que necessitam de oportunidade afetiva, de bondade fraternal.

Exercita com eles o intercâmbio fraterno, sem exigências, não lhes transferindo as inseguranças e fragilidades que te sejam habituais.

É muito fácil desenvolver o sentimento de solidariedade, de companheirismo, bastando que ofereças com naturalidade aquilo que gostarias de receber.

A princípio, apresenta-se um tanto embaraçoso ou desconcertante, mas o poder da bondade é tão grande, que logo se fazem superados os aparentes obstáculos e, à semelhança de débil planta que rompe o solo grosseiro atraída pela luz, desenvolve-se e torna-se produtiva conforme a sua espécie...

Observa com cuidado e verás a multidão aturdida, agressiva, estremunhada, que te parece antipática e infeliz.

Em realidade, é constituída de pessoas como tu mesmo, fugindo para lugar nenhum, sem coragem para o autoenfrentamento.

Contribui, jovialmente, quanto e como possas, para atenuar algum infortúnio ou diminuir qualquer tipo de sofrimento que registres.

Esse comportamento te facultará muito bem e, quanto menos esperes, estarás enriquecido pela afetividade que doas e pela alegria em fazê-lo.

Ninguém pode viver com alegria sem experienciar a afetividade.

A afetividade é mensagem de amor de Deus, estimulando as vidas ao crescimento e à sublimação.

A afetividade deve ser distendida a todos os seres, aos vegetais, animais, seres humanos, ampliando-a por toda a Natureza.

Quando se ama, instalam-se a beleza e a alegria de viver.

A saúde integral, sem dúvida, é defluente da harmonia do sentimento pelo amor com as conquistas culturais que levam à realização pessoal, trabalhando pelo equilíbrio e funcionamento existencial.

22 janeiro 2012

Caminhai Com Determinação (Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Psicografia: Chico Xavier)













Filhos,apesar dos percalços que enfrentais, inclusive no que se refere à conquista do pão de cada dia, prossegui caminhando com determinação.

Compreendei o eco do passado distante nas lutas que vos alcançam no presente: o filho rebelde, o cônjuge difícil, a carência material, o assédio sistemático das trevas...

Não descreiais do Amparo Divino, através dos amigos do Mais Alto, que não vos deixam a sós com as vossas provas.

Não fosse pela intercessão daqueles que por vós se interessam do Além, é possível que vos precipitásseis em mais profundos abismos de dor.

Inútil pretender qualquer colheita sem justa semeadura.

Por outro lado, de que valeria lançar sobre a gleba inculta a semente promissora?

Quantos anseiam por terem, e que nada fazem para possuirem?

Adquiri mais ampla compreensão da vida e atinareis com a causa de todos os vossos padecimentos.

Toda lágrima encerra uma lição e se constitui num estímulo ao progresso.

Quantos são os que negam a existência de Deus, unicamente por não serem atendidos em seus caprichos de ordem pessoal?

O que não tendes nem sempre deve ser interpretado por demérito de vossa parte.

Muitas vezes, a providência que vos é mais necessária ao esforço de auto-superação é o obstáculo que vos parece restringir os movimentos.

Caminhai, pois, com alegria, sem permitir que a descrença se vos insinue no espírito.

21 janeiro 2012

O Bem Antes (Pelo Espírito André Luiz. Livro: "Estude E Viva", Psicografia: Chico Xavier e Waldo Vieira)


















Não ignoramos que a Lei de Causa e Efeito funciona mecanicamente,em todos os domínios do Universo.

Sabemos, porém, que diariamente criamos destino.

Decerto que a Eterna Sabedoria não nos concede a inteligência para obedecermos passivamente aos impulsos exteriores; confere-nos inteligência e razão para obedecermos às leis por ela estabelecidas, com o preciso discernimento entre o bem e o mal.

Cabe-nos, assim, criar o bem e promovê-lo com todas as possibilidades ao nosso alcance.

Deploramos a tragédia passional em que se envolveram amigos dos mais queridos...

Indaguemos de nós sobre o que efetuamos, em favor deles, para que não se arrojassem na delinqüência.

Espantamo-nos perante a desolação de mães desvalidas que se condenam à morte, à frente dos próprios filhos desamparados...

Perguntemo-nos quanto ao que foi feito por nós, a fim de que a penúria não as levasse à grimpas do desespero.

Lamentamos desajustes domésticos e perturbações coletivas, incompreensões e sinistros; entretanto, em qualquer falha nos mecanismos da vida é necessário inquirir, quanto à nossa conduta, no sentido de remover, em tempo hábil, a ocorrência infeliz.

“O bem antes de tudo” deve erigir-se por item fundamental do nosso programa de cada dia.

Atendamos ao socorro fraterno, na imunização contra o mal, com o desvelo dentro do qual nos premunimos contra acidentes, em respeitando os sinais de trânsito.

Alguém se permitirá dizer que, se somos livres, nada temos a ver com as experiências do próximo; e estamos concordes com semelhante assertiva, no tocante a viver, de vez que todos dispomos de independência nas escolhas e ações da existência, das quais forneceremos contas respectivas, ante a Vida Maior; contudo, em matéria de conviver, coexistimos na interdependência, em que necessitamos do amparo uns dos outros, para sustentar o bem de todos.

Os viajantes de um navio, a pleno oceano, reclamam auxílio mútuo, a fim de que se evite o soçobro da embarcação.

Nós, os Espíritos encarnados e desencarnados, em serviço no Planeta, não nos achamos em condição diferente. Daí, a necessidade de fazermos todo bem que nos seja possível na reparação desse ou daquele desastre, mas, para que tenhamos sempre a consciência tranqüila, é preciso saber se fizemos o bem antes.

20 janeiro 2012

Amizades e Afeições (Pelo Espírito Joanna De Ângelis. Psicografia: Divaldo Pereira Franco)




















Não apenas a simpatia como ingrediente único para facultar que os afagos da amizade te adornem e enlevem o espírito.

Muito fácil ganhar como perder amigos. Quiçá difícil se apresente a tarefa de sustentar amizades, ao invés de somente consegui-las.

O magnetismo pessoal é fator importante para promover a aquisição de afetos.

Todavia, se o comportamento pessoal não se padroniza e sustenta em diretrizes de enobrecimento e lealdade, as amizades e afeições não raro se convertem em pesada canga, desagradável parceria que culmina em clima de animosidade, gerando futuros adversários.

Nesse particular existem pequenos fatores que não podem nem devem ser relegados a plano secundário, a fim de que sejam mantidas as afeições.

A planta não irrigada sucumbe sob a canícula.

O grão não sepulto morre.

O lume sem combustível se apaga.

A máquina sem graxa arrebenta-se.

Assim, também, a amizade que sem o sustento da cortesia e da gentileza se estiola.

Se desejas preservar teus amigos não creias consegui-lo mediante um curso de etiqueta ou de boas maneiras, com que muitas vezes a aparência estudada, artificial, substitui ou esconde os sentimentos reais.

Os impositivos evangélicos que te apliques, ser-te-ão admiráveis técnicas de autenticidade, que funcionam como recurso valioso para a sustentação do bem em qualquer lugar, em toda a situação, com qualquer pessoa.

A afabilidade, a doçura, a gentileza de alguém, aparentemente destituído de simpatia conseguem propiciar a presença de amigos, retê-los e torná-los afetos puros para sempre.

Amizades se desagregam ou se desgastam exatamente após articuladas, no período em que os consórcios fraternos se descuidam de mantê-las.

E isto normalmente ocorre, como conseqüência de atitudes que se podem evitar:

o olhar agressivo;

a palavra ríspida;

o atendimento hostil ou negligente;

a lamentação constante;

a irreverência acompanhada pela frivolidade;

a irritação contínua;

a queixa contumaz;

o pessimismo vinagroso...

Os amigos são companheiros que também têm problemas. Por essa razão se acercam de ti.

Usa,no trato com eles,quanto possível,a bondade e a atenção,a fim de que,um dia, conforme Jesus enunciou: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas,tenho-vos chamado amigos, porque vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai",tornando-te legítimo amigo de todos, conseqüentemente fruindo as bênçãos da amizade e da afeição puras.

19 janeiro 2012

A Boa Parte (Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia: Chico Xavier)






















"Maria escolheu a boa parte,que não lhe será tirada" - Jesus (Lucas,10:42)


Não te esqueças da "boa parte" que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.

O fogo destrói, mas transporta consigo o elemento purificador.

A pedra é contundente, mas consolida a segurança.

A ventania açoita impiedosa, todavia, ajuda a renovação.

A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.

Assim também há criaturas que, em se revelando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros.

A apreciação unilateral é sempre ruinosa.

A imperfeição completa, tanto quanto a perfeição integral, não existem no plano em que evoluímos.

O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo dágua.

O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.

A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.

Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.

"Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada" - disse-nos o Senhor.

Assimilemos a essência da divina lição.

Quem procura a "boa parte" e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.

18 janeiro 2012

O Pão Nosso de Cada Dia Dá-nos Hoje (Pelo Espírito Meimei. Livro:" Pai Nosso". Psicografia: Chico Xavier)






















O pão nosso de cada dia não é somente o almoço e o jantar, o café e a merenda.

É também a idéia e o sentimento, a palavra e a ação.

Para que reine a saúde com alegria, em torno de nós, precisamos de nossas refeições, mas necessitamos também de paz e esperança, de fé e valor moral.

Com os nossos modos de agir, operamos sobre os outros.

Conversando, distribuímos nossos pensamentos.

Nossos atos influenciam os que nos cercam, segundo as nossas intenções.

Por isso, também os outros nos alimentam com as suas atitudes.

Se estimamos as conversações deprimentes, se buscamos a leitura de natureza inferior, depressa nos vemos alterados e perturbados, sem disso nos apercebermos.

As nossas companhias falam claramente de nós.

Nossas leituras revelam nosso intimo.

Procuremos, desse modo, o pão espiritual que nos garanta a harmonia interior, que conserve o nosso caráter firme sobre os alicerces do bem, que nos guarde contra a maldade e que nos ajude a ser exemplos de compreensão e fraternidade.

Em Jesus temos o pão que desceu do Céu.

E, ainda hoje, o Mestre continua alimentando o pensamento da Humanidade, por intermédio de um Livro - o Evangelho Divino, em que Ele nos ensina, através da bondade e do amor, o caminho de nossa felicidade para sempre.

17 janeiro 2012

Casamento e Companheirismo (Pelo Espírito Joanna De Ângelis. Livro: "Amor, Imbatível Amor”. Psicografia: Divaldo Pereira Franco)


















O resultado natural do amor entre pessoas de se­xos diferentes é o casamento, quando se tem por meta a comunhão física, o desenvolvimento da emoção psí­quica, o relacionamento gerador da família e o compa­nheirismo.

O matrimônio representa um estágio de alto de­senvolvimento do Self, quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na fidelidade e nos compromissos da camaradagem em qualquer es­tágio da união que os vincula, reciprocamente, um ao outro ser.

Conquista da monogamia, através de grandes lu­tas, o instinto vem sendo superado pela inteligência e pela razão, demonstrando que o sexo tem finalidades específicas, não devendo a sua função ser malbaratada nos jogos do prazer incessante, e significa uma auto-realização da sociedade, que melhor compreende os direitos da pessoa feminina, que deixa de ser um obje­to para tornar-se nobre e independente quanto é.

O mesmo ocorre em relação ao esposo, cabendo à mulher o devido cumprimento dos deveres de o respeitar, man­tendo-se digna em qualquer circunstância e época após o consórcio.

Mais do que um ato social ou religioso, conforme estabelecem algumas Doutrinas ancestrais, vinculadas a dogmas e a ortodoxias, o casamento consolida os vín­culos do amor natural e responsável, que se volta para a construção da família, essa admirável célula básica da humanidade.

O lar é, ainda, o santuário do amor, no qual as cri­aturas se harmonizam e se completam, dinamizando os compromissos que se desdobram em realizações que dignificam a sociedade.

Por isso, quando o egoísmo derruba os vínculos do matrimônio por necessidades sexuais de variação, ou porque houve um processo de saturação no relacio­namento, havendo filhos, gera-se um grave problema para o grupo social, não menor do que em relação a si mesmo, assim como àquele que fica rejeitado.

Certamente, nem todos os dias da convivência ma­trimonial serão festivos, mas isso ocorre em todos os campos do comportamento. Aquilo que hoje tem um grande sentido e desperta prazer, amanhã, provavel­mente, se torna maçante, desagradável. Nesse momento, a amizade assume o seu lugar, amenizando o con­flito e proporcionando o companheirismo agradável e benéfico, que refaz a comunhão, sustentando a afeição.

Em verdade, o que mantém o matrimônio não é o prazer sexual, sempre fugidio, mesmo quando inspira­do pelo amor, mas a amizade, que responde pelo inter­câmbio emocional através do diálogo, do interesse nas realizações do outro, na convivência compensadora, na alegria de sentir-se útil e estimado.

Há muitos fatores que contribuem para o descon­certo conjugal na atualidade, como os houve no passa­do.

Primeiro, os de natureza íntima: insegurança, bus­ca de realização pelo método da fuga, insatisfação em relação a si mesmo, transferência de objetivos, que nun­ca se completarão em uma união que não foi amadure­cida pelo amor real.

Segundo, por outros de ordem psico-social, econômica, educacional, nos quais estão embutidos os culturais, de religião, de raça, de nacionalidade, que sempre comparecem como motivo de de­sajuste, passados os momentos de euforia e de prazer.

Ainda se podem relacionar aqueles que são conse­qüências de interesses subalternos, nos quais o senti­mento do amor esteve ausente.

Nesses casos, já se iniciou o compromisso com programa de extinção, o que logo sucede.

Há, ainda, mais alguns que são derivados do interesse de obter sexo gratuitamente, quando seja solicitado, o que derrapa em verdadeira amoralidade de comportamento.

O matrimônio, fomentando o companheirismo, permite a plenificação do par, que passa a compreen­der a grandeza das emoções profundas e realizadoras, administrando as dificuldades que surgem, prosseguin­do com segurança e otimismo.

Nos relacionamentos conjugais profundos também podem surgir dificuldades de entendimento, que de­vem ser solucionadas mediante a ajuda especializada de conselheiro de casais, de psicólogos, da religião que se professa, e, principalmente, por intermédio da ora­ção que dulcifica a alma e faculta melhor entendimen­to dos objetivos existenciais.

Desse modo, a tolerância toma o lugar da irritação, a compreensão satisfaz os es­tados de desconforto, favorecendo com soluções hábeis para que sejam superadas essas ocorrências.

É claro que o casamento não impõe um compro­misso irreversível, o que seria terrivelmente perturbador e imoral, em razão de todos os desafios que apre­senta, os quais deixam muitas seqüelas, quando não necessariamente diluídos pela compreensão e pela afe­tividade.

A separação legal ocorre quando já houve a de na­tureza emocional, e as pessoas são estranhas uma à outra.

Ademais, a precipitação faz com que as criaturas se consorciem não com a individualidade, o ser real, mas sim, com a personalidade, a aparência, com os ma­neirismos, com as projeções que desaparecem na con­vivência, desvelando cada qual conforme é, e não como se apresentava no período da conquista.

Essa desidentificação, também conhecida como o cair da máscara, causa, não poucas vezes, grandes cho­ques, produzindo impactos emocionais devastadores.

O ser amadurecido psicologicamente procura a emoção do matrimônio, sobretudo para preservar-se, para plenificar-se, para sentir-se membro integrante do grupo social, com o qual contribui em favor do pro­gresso. A sua decisão reflete-se na harmonia da sociedade, que dele depende, tanto quanto ele se lhe sente necessário.

Todo compromisso afetivo, portanto, que envolve dois indivíduos, torna-se de magna importância para o comportamento psicológico de ambos. Rupturas abrup­tas, cenas agressivas, atitudes levianas e vulgaridade geram lesões na alma da vítima, assim como naquele que as assume.

16 janeiro 2012

Problemas Pessoais (Pelo Espírito André Luiz. Psicografia: Chico Xavier)

















A fé viva não é patrimônio transferível.

É conquista pessoal.


A felicidade legítima não é mercadoria que se empresta.

É realização íntima.


A graça do Céu não desce a esmo.

Tem que ser merecida.


A melhor caridade não é a que se faz por substitutos.

Cabe-nos executá-la por nós mesmos.


A fortaleza moral não é produto de rogos alheios.

Provém do nosso esforço na resistência para o bem.


A esperança fiel não se nos fixa no coração através de simples contágio.

É fruto de compreensão mais alta.


O verdadeiro amor não nasce das sombras do desejo.

É fonte cristalina e inexaurível do espírito eterno.


O conhecimento real não é construção de alguns dias.

É obra do tempo.


O paraíso jamais será adquirido pela sagacidade da compra.

É atingível pela nossa boa-vontade em fugir ao purgatório ou ao inferno da própria consciência.

A proteção da Esfera Superior é inegável para todos nós que ainda nos movimentamos na sombra. Ai de nós, todavia, se não procurarmos as bênçãos da luz!

15 janeiro 2012

Em Marcha (Pelo Espírito Bezerra de Menezes. Livro:" Bezerra, Chico e Você". Psicografia: Chico Xavier)

















De mensagem recebida em 1°/06 /1962



O caminho de ascensão espiritual é a trilha do sacrifício, a que muitas vezes, se misturam ansiedade e solidão.

Prossigamos com a firmeza de todos os dias, fazendo o melhor e esquecendo agressões e pedradas, à maneira do semeador que remove, em silêncio, os detritos da gleba, a fim de ambientar a boa semente.

Há quem se desvele por nós na Vida Superior,quem nos sustente e nos guie.

14 janeiro 2012

Para Refletir (Salmos 1:6)



















1.Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores.

2.Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite.

3.Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera.

4.Os ímpios não são assim! Mas são como a palha que o vento leva.

5.Por isso não suportarão o juízo, nem permanecerão os pecadores na assembléia dos justos.

6.Porque o Senhor vela pelo caminho dos justos, ao passo que o dos ímpios leva à perdição.

13 janeiro 2012

Antipatia (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: "Inspiração". Psicografia: Chico Xavier)





















Não olvides que o passado revive no presente.

Quando a aversão te visite o mundo íntimo, à maneira de nuvem, subtraindo-te a paz, lembra-te de que a Divina Misericórdia situou à frente de tua alma a bendita oportunidade da reconciliação, ainda hoje, com os desafetos de ontem.

Qual acontece com o tesouro do carinho amealhado pelo amor, no escrínio do coração, de existência a existência, o espinheiro da antipatia é veneno acumulado pelo ódio no vaso de nossa mente, de século a século, conturbando-nos o caminho.

Recorda que, se o amor nos eleva aos cimos estelares, o ódio nos impele aos vales da sombra e atende à própria libertação, procurando renovar a fonte de teus desejos, em benefício da própria felicidade.

A aversão, quase sempre, destaca-se de improviso, no ambiente mais íntimo de nossa experiência em comum, por desafio à nossa capacidade de auxiliar e compreender.

Assinalando-a no lar ou na vizinhança, em teu círculo de trabalho ou no santuário de tua fé, roga ao Senhor, através da oração, para que as tuas energias se refaçam, de modo que a treva te encontre o sentimento por bênção de luz, exemplificando a fraternidade e o entendimento, o sacrifício e o perdão.

Aconselha-te com a piedade do Cristo, tanta vez revelada, em nosso favor, e compadece-te daqueles que te ensombram a alegria... Ei-los que surgem, a cada hora, na pessoa do familiar que se nos agregou à rede consangüínea, no companheiro de jornada justaposto ao nosso clima, no parente indireto que as circunstâncias nos ofertaram ao templo doméstico, no chefe humano chamado a orientar-nos o serviço, no subordinado trazido à cooperação na obra que o Senhor nos pede realizar...

Alça a própria fé nas asas da boa vontade e ajuda-os quanto possas, de vez que antipatia superada é anexação de mais amor ao campo de nossa vida, e mais amor em nossa vida significa mais ampla ascensão de nosso próprio espírito, no rumo da Luz Eterna.

12 janeiro 2012

A Ingratidão dos Filhos e os Laços de Família (Allan Kardek. Livro: "O Evangelho Segundo O Espiritismo")















A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. Mas, a dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais odioso. E, em particular, desse ponto de vista que a vamos considerar, para lhe analisar as causas e os efeitos. Também nesse caso, como em todos os outros, o Espiritismo projeta luz sobre um dos grandes problemas do coração humano.

Quando deixa a Terra, o Espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza e se aperfeiçoa no espaço, ou permanece estacionário, até que deseje receber a luz. Muitos, portanto, se vão cheios de ódios violentos e de insaciados desejos de vingança; a alguns dentre eles, porém, mais adiantados do que os outros, é dado entrevejam uma partícula da verdade; apreciam então as funestas conseqüências de suas paixões e são induzidos a tomar resoluções boas. Compreendem que, para chegarem a Deus, lima só é a senha: caridade. Ora, não há caridade sem esquecimento dos ultrajes e das injúrias; não há caridade sem perdão, nem com o coração tomado de ódio.

Então, mediante inaudito esforço, conseguem tais Espíritos observar os a quem eles odiaram na Terra. Ao vê-los, porém, a animosidade se lhes desperta no íntimo; revoltam-se à idéia de perdoar, e, ainda mais, à de abdicarem de si mesmos, sobretudo à de amarem os que lhes destruíram, quiçá, os haveres, a honra, a família. Entretanto, abalado fica o coração desses infelizes. Eles hesitam, vacilam, agitados por sentimentos contrários. Se predomina a boa resolução, oram a Deus, imploram aos bons Espíritos que lhes dêem forças, no momento mais decisivo da prova.

Por fim, após anos de meditações e preces, o Espírito se aproveita de um corpo em preparo na família daquele a quem detestou, e pede aos Espíritos incumbidos de transmitir as ordens superiores permissão para ir preencher na Terra os destinos daquele corpo que acaba de formar-se. Qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá da sua maior ou menor persistência nas boas resoluções que tomou. O incessante contacto com seres a quem odiou constitui prova terrível, sob a qual não raro sucumbe, se não tem ainda bastante forte a vontade. Assim, conforme prevaleça ou não a resolução boa, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a Viver. E como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis. Nada, com efeito, naquela existência há podido provocar semelhante antipatia; para se lhe apreender a causa, necessário se torna volver o olhar ao passado.

Ó espíritas! compreendei agora o grande papel da Humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a comprirdes. Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa Vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. Então, vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu amor.

Não escorraceis, pois, a criancinha que repele sua mãe, nem a que vos paga com a ingratidão; não foi o acaso que a fez assim e que vo-la deu. Imperfeita intuição do passado se revela, do qual podeis deduzir que um ou outro já odiou muito, ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar. Mães! abraçai o filho que vos dá desgostos e dizei convosco mesmas: Um de nós dois é culpado. Fazei-vos merecedoras dos gozos divinos que Deus conjugou à maternidade, ensinando aos vossos filhos que eles estão na Terra para se aperfeiçoar, amar e bendizer. Mas oh! muitas dentre vós, em vez de eliminar por meio da educação os maus princípios inatos de existências anteriores, entretêm e desenvolvem esses princípios, por uma culposa fraqueza, ou por descuido, e, mais tarde, o vosso coração, ulcerado pela ingratidão dos vossos filhos, será para vós, já nesta vida, um começo de expiação.

A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.

Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas. Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos com a ingratidão. Quando os pais hão feito tudo o que devem pelo adiantamento moral de seus filhos, se não alcançam êxito, não têm de que se inculpar a si mesmos e podem conservar tranqüila a consciência. A amargura muito natural que então lhes advém da improdutividade de seus esforços, Deus reserva grande e imensa consolação, na certeza de que se trata apenas de um retardamento, que concedido lhes será concluir noutra existência a obra agora começada e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor. (Cap. XIII, n.19.)

Deus não dá prova superior às forças daquele que a pede; só permite as que podem ser cumpridas. Se tal não sucede, não é que falte possibilidade: falta a vontade. Com efeito, quantos há que, em vez de resistirem aos maus pendores, se comprazem neles. A esses ficam reservados o pranto e os gemidos em existências posteriores. Admirai, no entanto, a bondade de Deus, que nunca fecha a porta ao arrependimento. Vem um dia em que ao culpado, cansado de sofrer, com o orgulho afinal abatido, Deus abre os braços para receber o filho pródigo que se lhe lança aos pés. As provas rudes, ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus. E um momento supremo, no qual, sobretudo, cumpre ao Espírito não falir murmurando, se não quiser perder o fruto de tais provas e ter de recomeçar. Em vez de vos queixardes, agradecei a Deus o ensejo que vos proporciona de vencerdes, a fim de vos deferir o prêmio da vitória. Então, saindo do turbilhão do mundo terrestre, quando entrardes no mundo dos Espíritos, sereis aí aclamados como o soldado que sai triunfante da refrega.

De todas as provas, as mais duras são as que afetam o coração. Um, que suporta com coragem a miséria e as privações materiais, sucumbe ao peso das amarguras domésticas, pungido da ingratidão dos seus. Oh! que pungente angústia essa! Mas, em tais circunstâncias, que mais pode, eficazmente, restabelecer a coragem moral, do que o conhecimento das causas do mal e a certeza de que, se bem haja prolongados despedaçamentos dalma, não há desesperos eternos, porque não é possível seja da vontade de Deus que a sua criatura sofra indefinidamente? Que de mais reconfortante, de mais animador do que a idéia que de cada um dos seus esforços é que depende abreviar o sofrimento, mediante a destruição, em si, das causas do mal? Para isso, porém, preciso se faz que o homem não retenha na Terra o olhar e só veja uma existência; que se eleve, a pairar no infinito do passado e do futuro. Então, a justiça infinita de Deus se vos patenteia, e esperais com paciência, porque explicável se vos torna o que na Terra vos parecia verdadeiras monstruosidades. As feridas que aí se vos abrem, passais a considerá-las simples arranhaduras. Nesse golpe de vista lançado sobre o conjunto, os laços de família se vos apresentam sob seu aspecto real. Já não vedes, a ligar-lhes os membros, apenas os frágeis laços da matéria; vedes, sim, os laços duradouros do Espírito, que se perpetuam e consolidam com o depurarem-se, em vez de se quebrarem por efeito da reencarnação.

Formam famílias os Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso moral e a afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas migrações terrenas, se buscam, para se gruparem, como o fazem no espaço, originando-se daí as famílias unidas e homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece ficarem temporariamente separados, mais tarde tornam a encontrar-se, venturosos pelos novos progressos que realizaram. Mas, como não lhes cumpre trabalhar apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados encarnem entre eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso. Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles outros, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar.

Acolhei-os, portanto, como irmãos; auxiliai-os, e depois, no mundo dos Espíritos, a família se felicitará por haver salvo alguns náufragos que, a seu turno, poderão salvar outros. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

11 janeiro 2012

Calma para o Êxito (Pelo Espírito Joanna De Ângelis. Psicografia: Divaldo Pereira Franco)


















Em todos os passos da vioda, a calma é convidada a estar presente.

Aqui, é uma pessoa tresvairada, que te agride...

Ali, é uma circunstância infeliz, que gera dificuldade...

Acolá, é uma ameaça de insucesso na atividade programada...

Adiante, é uma incompreensão urdindo males contra os teus esforços...

É necessário ter calma sempre.

A calma é filha dileta da confiança em Deus e na Sua justiça, a expressar-se numa conduta reta que responde por uma atitude mental harmonizada.

Quando não se age com incorreção, não há por que temer-se acontecimento infeliz.

A irritação, alma gêmea da instabilidade emocional, é responsável por danos, ainda não avaliados, na conduta moral e emocional da criatura.

A calma inspira a melhor maneira de agir, e sabe aguardar o momento próprio para atuar, propiciando os meios para a ação correta.

Não antecipa, nem retarda.

Soluciona os desafios, beneficiando aqueles que se desequilibram e sofrem.

Preserva-te em calma, aconteça o que acontecer.

Aprendendo a agir com amor e misericórdia em favor do outro, o teu próximo, ou da circunstância aziaga, possuirás a calma inspiradora da paz e do êxito.

10 janeiro 2012

Falando, Ages (Pelo Espírito Meimei. Psicografia: Chico Xavier)


















Se grandes problemas te assinalam a vida,não consideres por infantilidade o sofrimento dos outros.

Falando, ages.

Onde possas auxiliar, oferece o apoio da oração.

No trato de terra em que não se te faça possível o cultivo do bem, não plantes o mal.

Não destruas, onde não consegues reconstruir.

Guardas talvez com simpatia as alegações dos acusadores, mas não te esqueças de que Deus ouve o choro dos acusados que são também seus irmãos.

Se fostes mutilado e já te movimentas com o apoio de pernas mecânicas ou sem elas, não menosprezes a mágoa de alguém que se queixa de uma unha encravada.

Toda dificuldade é importante.

Qualquer dor se reveste de significação que precisamos compreender.

Ouve os cansados e os tristes, os desorientados e os doentes, erguendo-lhes a fé com a força da bondade e da esperança.

Ainda mesmo para aquele companheiro que te pareça tresmalhado ou perdido, endereça as tuas melhores palavras de paz e amor porque talvez seja esse que pelas experiências sofridas, no dia de tua provação ou de tua dor, com mais segurança, te abençoará e te auxiliará.

09 janeiro 2012

Ainda O Dinheiro (Pelo Espírito Emmanuel. Livro: "Inspiração". Psicografia: Chico Xavier)



















Nunca é demais esclarecer esse ou aquele ponto obscuro, em torno do dinheiro.

Moeda é sempre parcela do esforço ou do suor de alguém. Cansaço que se metalizou para auxiliar ou inquietação que se fez crédito, em louvor do bem coletivo.

Cada pequeno ou grande desgaste da criatura em ação ter-se-á transformado em recurso capaz de colaborar na garantia do corpo social.

Não existe dinheiro desprezível.

Venha de onde vier, pode ser notícia de alguém que tombou na doença ou na morte, a fim de conquistá-lo; sacrifício de irmãos fatigados que o obtiveram à custa da fadiga e de lágrimas; fruto de renúncia e pranto de irmãos em desespero ou idéia materializada de amigos que esfoguearam a própria cabeça, buscando atraí-lo para ganhar o pão.

Dinheiro é trabalho concretizado a dissolver-se em aquisições e realizações, apoio humano, prestação de serviço, auxílio e dádiva.

Moeda pode converter-se em prato que alimenta, remédio que alivia, livro que instrui, teto que protege e força que recompõe.

Dinheiro é sangue do organismo social que não se deve afastar da circulação, sob pena de gerar a anemia do progresso e a penúria comunitária.

Por isso mesmo, cabe-nos manejá-lo, quando na Terra, com reverência e altruísmo, sem abusar dele para qualquer atividade deprimente que resgataremos, em qualquer tempo, na lei de causa e efeito, porque o dinheiro em si é suor da criatura humana e bênção de Deus.

08 janeiro 2012

Amor,Alimento das Almas (Pelo Espírito André Luiz.. Psicografia: Chico Xavier)

















O maior sustentáculo da criatura é justamente o amor.

A alma, em si, apenas se nutre de amor!

O amor divino é o cibo do universo!

Tudo se equilibra no amor divino de Deus.

Toda a estabilidade da alegria é problema de alimentação puramente espiritual.

Nas diversas esferas da vida, todo sistema de alimentação tem no amor a base profunda.

Todos nos movemos no amor e sem ele não teríamos existência.

Quanto mais nos elevarmos no plano evolutivo da Criação, mais extensamente conheceremos esta grande verdade: o Amor!

O sexo é manifestação sagrada desse amor universal e divino, mas é apenas uma expressão isolada do potencial divino.

O amor é o pão divino das almas, o pábulo sublime dos corações.